Não é só em tecnologia que as empresas de inteligência artificial estão inovando. O sistema de gestão dessas bilionárias companhias é “disruptivo”. Evan Epstein, diretor-executivo e professor adjunto do UC Law San Francisco, avalia que os resultados desse novo estilo de liderança ainda estão em avaliação:
— São infraestruturas de governança tão novas que mesmo quem trabalha na área não sabe no que vai dar.
O especialista fez a palestra de abertura do 25° Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em São Paulo.
Epstein lembrou do rumoroso caso de demissão — depois revertida por pressão de investidores e funcionários — de Sam Waltman, fundador da OpenAI. Há poucos dias, a empresa fez uma mudança fundamental em sua estrutura: de uma organização sem fins lucrativos, tornou-se uma benefit corporation, que pode ter lucro, mas com foco em responsabilidade social.
Pouco antes, a OpenAI fez uma captação de US$ 6,6 bilhões, com aportes de empresas como Microsoft e Nvidia, que definiu o valor de mercado da dona do ChatGPT em US$ 157 bilhões.
A maioria das empresas de IA, observou Epstein, segue o modelo de “corporação de benefícios”. Quais benefícios? “Para a humanidade”, em tese. É o caso da Inflection AI e mesmo a xAI (sim, dele, Elon Musk, também dono do X). A boa vontade do governo dos Estados Unidos em relação a essas empresas vem da forte aposta da China em IA:
— Será muito interessante ver o que vai acontecer no nível geopolítico —observou Epstein.
*A colunista Marta Sfredo viajou a convite do IBGC
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