Foi preciso esperar quase 24 horas para que o secretário do Tesouro Nacional (STN), Rogério Ceron, se manifestasse oficialmente sobre o cancelamento de créditos extraordinários que incluem a ajuda ao Rio Grande do Sul.
Quando o fez, garantiu que não haverá "cortes", mas "cancelamentos". Na próxima semana, para quando está prevista a publicação do resultado do Tesouro Nacional de agosto, será preciso conferir se, além dos R$ 7,2 bilhões destinados a leilões de arroz que não precisaram ser feitos, alguma outra dotação será "cancelada".
A publicação está atrasada devido a uma greve dos funcionários de carreira. À agência especilizada em finanças Bloomberg Línea, Ceron estimou em R$ 10 bilhões o volume de créditos cancelados.
Em vez de encerrar a novela, Ceron adiou o suspense em uma semana, porque na mais recente prestação de contas, existem outras ações com grandes diferenças entre a dotação e o pagamento.
Algumas, claramente, são iniciativas que exigem mais prazo, outras não. A coluna deixa registrada a situação atual para comparar com a da próxima semana - em destaque, estão as que têm maior "folga" entre o previsto e o executado. Só então será possível saber exatamente o tamanho e o impacto dos cancelamentos.
Conforme o Painel da Reconstrução do Grupo RBS, o governo federal se comprometeu a ajudar o RS com R$ 97,7 bilhões. Desse total, o "dinheiro novo" vem de créditos extraordinários. O restante são antecipações de pagamentos de benefícios sem impacto fiscal.