Em entrevista na manhã desta sexta-feira (27) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, explicou que não haverá cortes no orçamento federal destinado à recuperação do Rio Grande do Sul após a enchente de maio.
— Isso é um compromisso do presidente Lula. Nosso ministro Paulo Pimenta tem conduzido todas as ações, entendendo as necessidades do povo gaúcho. Nós temos trabalhado arduamente para garantir esses repasses, que estão acontecendo — afirmou o secretário.
Pressionado sobre o resultado fiscal de 2024 pelo mercado, o secretário do Tesouro disse à agência Bloomberg nesta semana que a equipe econômica cancelará parte dos R$ 40,5 bilhões em créditos extraordinários que foram excluídos da meta fiscal deste ano — recursos que são em grande parte voltados ao RS.
A declaração gerou controvérsia e o governador gaúcho, Eduardo Leite, declarou na quinta-feira (26) que não aceitará nenhum tipo de corte nas verbas destinadas à recuperação do Estado.
— O esforço que o governo federal deve fazer para ajustar as suas contas e conter o seu déficit é compreensível e necessário. Mas ele não vai resolver o déficit cortando os recursos para uma região que foi fragilizada, que está em calamidade reconhecida pelo Congresso e que recebeu promessas de ajuda do governo federal. Não vamos aceitar cortes para o Rio Grande do Sul, vamos nos mobilizar e garantir pressão para que os cortes não aconteçam — sustentou Leite.
No entanto, Ceron reforçou que o governo federal manterá os repasses para a reestruturação da economia gaúcha. Ele ressaltou ainda que os boatos sobre cortes no crédito extraordinário ao Rio Grande do Sul foram um mal-entendido.
— Isso é uma fake news que circulou no Estado em relação a uma entrevista que eu concedi a um veículo. Jamais usei a palavra "corte". Eu apenas citei um exemplo de um programa que foi inicialmente concebido, mas se mostrou desnecessário, que é a política de compra de arroz — completou.