Quase cinco meses depois da posse, o presidente da Argentina, Javier Milei, obteve sua primeira vitória legislativa relevante. Nesta terça-feira (30), a Câmara dos Deputados aprovou a Lei Ônibus, como é chamada a ambiciosa reforma.
Além da aprovação geral, os deputados passaram a aprovar cada seção do "ônibus", como mudanças na cobrança de impostos e privatizações, por exemplo.
Caso o Senado confirme a votação, Milei poderá vender o controle da companhia aérea Aerolíneas Argentinas, do Correo Argentino e da empresa nacional de ferrovias, entre outras. Os deputados barraram a privatização do Banco Nación, espécie de Banco do Brasil do país vizinho.
Quando a coluna entrevistou Alberto Benegas Lych, guru de Milei no liberalismo, ele mencionou a boa expectativa sobre as negociações conduzidas pelo ministro do Interior, Guillermo Francos. A aprovação surpreende inclusive por ter ocorrido depois de extensas manifestações contra o governo atual lideradas por estudantes.
A Lei Ônibus aprovada por "meia sanção", como os argentinos chamam a votação favorável por uma das casas do Parlamento, é desidratada em relação ao projeto original, mas preserva muitas das características pela quais foi inicialmente rejeitada.
Até agora, também passaram pelos deputados as reformas fiscais e trabalhistas, legalização de capitais e até poderes extras para a presidência, por um ano e "limitado" às áreas administrativa, econômica, financeira e energética. Embora menor do que o proposto originalmente, é um âmbito bastante largo.
— É um passo fundamental para tirar a Argentina do pântano — reagiu Milei.