O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
O chamado turnover voluntário, ou seja, a taxa de rotatividade de funcionários, é um indicador crítico para as empresas. Reflete a movimentação daqueles colaboradores que decidem deixar a organização por vontade própria. Segundo informações do Índice de Confiança Robert Half, que usa a base de dados do cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a representatividade de saídas voluntárias no total de desligamentos entre os profissionais mais qualificados (aqueles com formação superior completa e mais de 25 anos) foi de 39% em 2023.
De acordo com os resultados da pesquisa, a maior parte das empresas (41%) experimentou um volume de turnover voluntário menor do que 5% em 2023. Cerca de 25% tiveram uma taxa de rotatividade entre 5% e 10%, enquanto 23% enfrentaram uma taxas superiores a 10%. Os 11% restantes não souberam responder.
Na comparação com o ano anterior, quase metade das empresas (47%) relatou que o turnover em 2023 foi igual ao registrado em 2022. Entretanto, 24% observaram um aumento, sugerindo desafios na retenção de talentos. Por outro lado, 15% registraram uma redução. Entre os entrevistados, 14% preferiram não responder.
Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half diz encarar a rotatividade como uma oportunidade para oxigenar a companhia e agregar diversidade de ideias e de experiências aos negócios. O problema, acrescenta, está nos extremos.
– Na minha percepção, o turnover não deve ser encarado pela ótica da redução, mas sim com o cuidado de que seja um índice saudável para organização – analisa.
Por outro lado, na visão do executivo, as altas taxas de tendem a gerar perda de conhecimento, prejuízos na qualidade das entregas e desperdício de investimentos em treinamento. Por outro lado, índices próximos de zero podem, em alguns casos, acobertar um cenário de comodismo.
Principais causas das saídas voluntárias
- Melhores oportunidades em outras empresas
- Falta de oportunidades de crescimento na empresa
- Salários abaixo da média do mercado
- Problemas de conciliação entre trabalho e vida pessoal
- Falta de reconhecimento e recompensas
- Retorno ao trabalho presencial
- Dificuldades de comunicação e feedback