Pela primeira vez em sua história de 85 anos, a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR) processou 100% de óleo de soja em uma escala industrial - e pela primeira vez no mundo em uma unidade de craqueamento catalítico convencional. A tecnologia desenvolvida no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da Petrobras permite a troca de petróleo por matéria-prima vegetal, gerando produtos totalmente renováveis.
Com o sucesso do teste, a unidade passará a produzir insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como gás de cozinha, óleo para navios), propeno e resinas usadas em borracha sintética, nylon e PVC. É o avanço da conversão da unidade de Rio Grande em uma biorrefinaria.
Nos resultados do teste, foi demostrado que os será possível formular gasolinas de elevado desempenho, praticamente isenta de enxofre, pelas concentrações de um complexo chamado BTX (de benzeno, tolueno e xileno). O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que foi a Rio Grande anunciar a mudança na refinaria, afirma que a transição energética é um caminho sem volta para a companhia:
— Estamos fazendo derivados típicos de petróleo a partir de óleo vegetal. É inovação e transição energética combinadas em benefício do Brasil. É a Petrobras voltando a liderar grandes processos de transformação técnica, econômica e social, com repercussão global.
O teste que confirma a mudança da Riograndense de refinaria convencional para biorrefinaria foi permitido por um acordo entre as três sócias da unidade - Petrobras, Braskem e Ultra. Foi realizado na última semana de outubro, com carregamento de 2 mil toneladas de óleo de soja. Antes da transformação definitiva, está previsto um segundo teste para junho de 2024, com processamento de petróleo e bio-óleo (matéria-prima de biomassa não alimentar) para obter propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável.
A Petrobras investiu cerca de R$ 45 milhões para viabilizar a conclusão do desenvolvimento de processamento de carga renovável. Com a etapa da comprovação da tecnologia concluída em escala industrial, a refinaria poderá explorar alternativas de negócio para a produção de produtos renováveis, e a Petrobras terá novas alternativas a avaliar, futuramente, em suas próprias refinarias.
— O primeiro passo foi dado. A tecnologia da Petrobras licenciada para a Riograndense vai nos permitir, já no próximo ano, produzir renováveis sem deixar de atender nosso atual mercado de produtos e combustíveis.