Quando trabalhava em uma empresa de São Paulo, o gaúcho Lucas Ferraz precisou fazer apresentação de PowerPoint em poucos dias. Foi ao mercado e, além de encontrar poucas opções, deparou com preços de centenas de milhares de reais. Acabou contratando, mas saiu da experiência com a ideia de negócio que mudaria a sua carreira.
Esse foi o embrião da Clarke Agency, que Lucas Ferraz fundou em 2019 com a irmã, a designer Fernanda. Ele tinha experiência com aceleração de startups, ela acumulava aprendizado em produções audiovisuais. Foi a receita para criar "apresentações de alto impacto em PowerPoint", como definem o negócio.
Tiveram faturamento de R$ 2,9 milhões em 2021, R$ 3,5 milhões em 2022 e projetam fechar 2023 com R$ 4 milhões. A sede é na capital paulista, mas neste ano abriram escritório em Lisboa, onde farão um projeto especial de treinamento com funcionários da companhia aérea Lufthansa. Surpresa com o desempenho, a coluna soltou o famoso "como assim?".
— O PowerPoint está atualizado e muito mais moderno, com vários recursos. Fazemos apresentações com vídeos, animações, efeitos, várias camadas, e sempre tentamos inovar. Fazemos apresentações interativas, é possível navegar como se fosse um site, não é só ir passando slides — responde Fernanda.
No Brasil, a Clarke já trabalhou com clientes como Boticário, Ambev, Claro, LG e Suzano, além da gaúcha Grendene.
— Uma apresentação pode ter, sim, um grande impacto, mudar a percepção do receptor. Queremos ser o maior player desse mercado, ser uma referência nesse segmento — reforça Lucas.
O fundador da agência detalha que a pandemia ajudou o negócio. As reuniões e apresentações virtuais mudaram de patamar, e as empresas aumentaram sua presença digital. A Clarke passou de uma empresa de quatro pessoas para cerca de 30 colaboradores em cerca de seis meses. Em setembro, lançou a Clark Lab, focada na criação de sites e aplicativos, em parceria com a plataforma global Wix e com aporte de 2 milhões de euros de um fundo de investimentos suíço.
* Colaborou Mathias Boni