Atletas amadores e profissionais que participam de provas ou treinam na orla do Guaíba — e também em lugares como o Parque do Pontal e a Redenção — já estão se acostumando com os “paparazzi do esporte".
Esses fotógrafos circulam por esses locais para captar imagens espontâneas de pessoas anônimas praticando esportes. Em um único evento, seja treino ou prova, um fotógrafo chega a produzir mais de cem imagens de um atleta, e o esportista pode escolher depois as que mais gostou para adquirir.
Este formato de negócio dá a possibilidade a fotógrafos de atuar diariamente, como profissão principal, ou trabalhar eventualmente para obter renda extra. Christian Schmidt Mendes, CEO e fundador da Foco Radical, empresa pioneira no segmento no país, define a plataforma como "Uber da fotografia", por conta do modelo de trabalho semelhante entre as duas empresas.
— Queremos que o atleta tenha fotos de qualidade a um preço razoável, e que o fotógrafo seja valorizado, podendo até mudar sua vida trabalhando só com fotografia esportiva — acrescenta Christian Schmidt Mendes.
Conforme a empresa, atualmente cerca de 3 mil fotógrafos de todo o país estão cadastrados na plataforma, dos quais 150 no Rio Grande do Sul. O sistema da Foco Radical permite que o fotógrafo tenha liberdade para escolher o evento a fotografar, carregar os registros na plataforma e colocá-los à venda. O atleta encontra suas imagens por meio de reconhecimento facial, seleciona as que mais gostou, compra e consegue baixá-las na hora.
A Maratona Internacional de Porto Alegre, que ocorre nos dias 3 e 4 de junho, será mais um evento com cobertura da Foco Radical. Cerca de 80 fotógrafos devem se dividir pelo percurso de 42 quilômetros, e a expectativa da empresa é colocar à venda na plataforma ainda mais registros do que no ano passado, quando a maratona rendeu aproximadamente 970 mil imagens.
A história da Foco Radical
A Foco Radical iniciou suas atividades em Florianópolis, na tradicional prova de revezamento Volta à Ilha, em 2005. Convidado para ser fotógrafo da equipe de corrida da empresa em que trabalhava, o então engenheiro Christian Schmidt Mendes começava, naquele dia, a história da plataforma.
Poucos meses depois, Christian juntou-se a outros colegas de trabalho, entusiastas da fotografia, para cobrir uma prova de triathlon em Jurerê Internacional, já com a ideia de vender os registros. As imagens eram escolhidas em um notebook, e gravadas em um CD para o atleta levar para casa. Não demorou para Christian criar um site facilitando este processo, dando continuidade às coberturas esportivas com mais agilidade.
Quatro anos depois, Christian deixou de lado a carreira na engenharia e passou a dedicar-se exclusivamente à Foco Radical, empresa da qual é CEO. De lá para cá, a tecnologia sempre foi prioridade da plataforma, pioneira no Brasil a usar o servidor AWS e uma das primeiras a vender fotos digitais, em uma época em que as imagens ainda eram entregues por correspondência. O acervo da empresa, que atua em todos os Estados, tem cerca de 60 milhões de imagens, e recebe cerca de um milhão de novos registros por mês.
* Colaborou Mathias Boni