Foi só um começo de conversa, mas a boa notícia é que o gelo foi quebrado. O Rio Grande do Sul se apresentou nesta segunda-feira (15) à Shein para disputar os investimentos da empresa na produção nacional. O compromisso do shopping virtual é aplicar R$ 750 milhões para nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos.
Depois que gigantes como Coteminas e Santanense iniciaram negociações, o governador Eduardo Leite apresentou o potencial gaúcho nas áreas de couros e calçados, malharias, moda íntima e jeans, que têm produção estadual com escala e competitividade.
Quem representou a Shein foi Tatiane Ribeiro, da equipe de relações governamentais. A aproximação foi feita pela deputada federal Any Ortiz (Cidadania), que havia iniciado contatos com a Shein por presidir a Frente Parlamentar pela Mulher Empreendedora. Any relata que foi "provocada" sobre o potencial do Estado por executivos nacionais da marca. O resultado foi essa primeira apresentação. O interesse inicial da Shein é mesmo em couro e calçados, mas o governo gaúcho está tentando apresentar o potencial dos demais segmentos.
— Eles têm grande interesse em investir no Brasil. Esse investimento não será colocando fábricas, mas comprando a produção local. E a característica da Shein, que tem um catálogo de 600 mil produtos, é comprar produtos para colocar a sua marca, não revender outras, como outros marketplaces — detalhou Any.
A deputada disse que já recebeu um retorno positivo da Shein depois da reunião, e que agora a conversa vai avançar em pontos mais técnicos, inclusive envolvendo questões tributárias, e em conversas diretas com os segmentos potencialmente interessantes. Atualmente, acrescente, o shopping virtual já tem cerca de 175 funcionários no Brasil.
— O Rio Grande do Sul também pode ter importância pela questão logística, não pensando só em Brasil, mas em América Latina — observa a parlamentar.
Curiosidade: Fundado na China em 2008 por Chris Xu com o nome ZZKKO, o shopping virtual começou com vestidos para casamento. Depois de ampliar para moda feminina, em 2012 mudou o nome para SheInside, e em 2015, virou Shein. Por isso, em tese, a pronúncia seria "xiín", mas o grupo já "abrasileirou" para "xêin". Só não é, mesmo, "xáin", como muitos pronunciam no Sul por influência da imigração alemã.