Marta Sfredo

Marta Sfredo

A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Gringa "agauchada"?
Notícia

RS se apresenta para receber investimentos da Shein na produção nacional

Shopping virtual vai analisar oportunidades do Estado nos segmentos de couro e calçados, malhas, moda íntima e jeans

Marta Sfredo

Enviar email
Maurício Tonetto / Divulgação
Any Ortiz (D) e Eduardo Leite (segundo à direita) tiveram primeira conversa com Tatiane Ribeiro, executiva da Shein (no telão)

Foi só um começo de conversa, mas a boa notícia é que o gelo foi quebrado. O Rio Grande do Sul se apresentou nesta segunda-feira (15) à Shein para disputar os investimentos da empresa na produção nacional. O compromisso do shopping virtual é aplicar R$ 750 milhões para nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos.

Depois que gigantes como Coteminas e Santanense iniciaram negociações, o governador Eduardo Leite apresentou o potencial gaúcho nas áreas de couros e calçados, malharias, moda íntima e jeans, que têm produção estadual com escala e competitividade. 

Quem representou a Shein foi Tatiane Ribeiro, da equipe de relações governamentais. A aproximação foi feita pela deputada federal Any Ortiz (Cidadania), que havia iniciado contatos com a Shein por presidir a Frente Parlamentar pela Mulher Empreendedora. Any relata que foi "provocada" sobre o potencial do Estado por executivos nacionais da marca. O resultado foi essa primeira apresentação. O interesse inicial da Shein é mesmo em couro e calçados, mas o governo gaúcho está tentando apresentar o potencial dos demais segmentos. 

— Eles têm grande interesse em investir no Brasil. Esse investimento não será colocando fábricas, mas comprando a produção local. E a característica da Shein, que tem um catálogo de 600 mil produtos,  é comprar produtos para colocar a sua marca, não revender outras, como outros marketplaces — detalhou Any. 

A deputada disse que já recebeu um retorno positivo da Shein depois da reunião, e que agora a conversa vai avançar em pontos mais técnicos, inclusive envolvendo questões tributárias, e em conversas diretas com os segmentos potencialmente interessantes. Atualmente, acrescente, o shopping virtual já tem cerca de 175 funcionários no Brasil.

— O Rio Grande do Sul também pode ter importância pela questão logística, não pensando só em Brasil, mas em América Latina — observa a parlamentar.

Curiosidade: Fundado na China em 2008 por Chris Xu com o nome ZZKKO, o shopping virtual começou com vestidos para casamento. Depois de ampliar para moda feminina, em 2012 mudou o nome para SheInside, e em 2015, virou Shein. Por isso, em tese, a pronúncia seria "xiín", mas o grupo já "abrasileirou" para "xêin". Só não é, mesmo, "xáin", como muitos pronunciam no Sul por influência da imigração alemã. 

Shein / Reprodução
A carta enviada pela Shein ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad


Leia mais na coluna de Marta Sfredo

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Balanço Final

22:00 - 00:00