Primeiro palestrante do Fórum da Liberdade 2023, o sacerdote católico Robert Sirico detalhou nesta quinta-feira (13) como concilia a fé cristã e teorias liberais.
Disse que derivou para esse viés ao ouvir que a maior parte da riqueza produzida no mundo não vai apenas para joias, carros e objetos de luxo, mas para investimento em negócios, que redistribuem esses recursos.
Na multiplicação do pão e do vinho, identifica uma mensagem: a escolha não foi por grãos e uvas, mas por produtos feitos pelo trabalho do homem. Mas ressalvou que não faz parte do grupo que chamou de "anarquistas" – não os de esquerda, mas o de viés liberal que não vê necessidade de qualquer tipo de governo.
Afirmou que o Estado deve existir para garantir a liberdade humana e a propriedade privada, além da bases legais necessárias para que as pessoas tenham acesso ao trabalho e a possibilidade de criar negócios. Citou várias vezes teóricos da escola austríaca, como Ludwig von Mises, em especial a seu livro Ação Humana, no qual baseia boa parte de suas teses.
Sirico lançou no Fórum seu mais novo livro, chamado Economia das Parábolas, em que faz uma interpretação, digamos, muito pessoal dos textos bíblicos, com fundo econômico. Para ilustrar, citou a dos talentos, em que o "senhor" distribui aos "servos" e colhe "lucros" (usou a palavra em inglês "profit" e observou que estava empregando o seu linguajar, não o bíblico).