Agora está confirmado: a ex-presidente Dilma Rousseff será indicada pelo governo Lula para comandar o New Development Bank (NDB, em português Novo Banco de Desenvolvimento), também conhecido como "banco dos Brics".
As especulações sobre a participação de Dilma no governo passaram por embaixadas, como a de Lisboa e até a de Buenos Aires, mas nesta sexta-feira (10) o ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou a indicação, como antecipado pelo jornalista da GloboNews Valdo Cruz. Com isso, Dilma deve se mudar em breve de Porto Alegre para Xangai, na China, onde fica o banco.
Mas que banco é esse? O NDB foi criado como um instrumento do grupo formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (cujas iniciais em inglês formam a sigla Brics). Foi criado oficialmente em 2015 com essa formação. Em 2021, o NDB aprovou o ingresso de outros países emergentes: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos (incluindo Dubai e Abu Dhabi) e Uruguai.
Dilma vai substituir Marcos Troyjo, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia indicado pelo governo anterior presidir a instituição. Seu mandato vai até 2025, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria atuou para "convencê-lo" a deixar o cargo para uma indicação do atual governo. O governo brasileiro também já fez contato com os demais sócios, que aceitaram a mudança.
Afinal, será a primeira vez que o NDB será comandado por uma ex-chefe de Estado. Dilma, é bom lembrar, é graduada em Economia. O posto, no entanto, é visto mais como uma representação diplomática do que um cargo técnico.
Troyjo foi apenas o segundo a liderar a jovem instituição financeira. Foi eleito em 27 de maio de 2020 e começou a exercer o cargo em 7 de julho seguinte. Substituiu o indiano Kundapur Vaman Kamath, que antes havia atuado como presidente da Infosys, segunda maior companhia de serviços de TI da Índia, e presidente do conselho do Icici Bank, o maior banco privado da Índia.
O NDB foi criado para financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável. Já financiou 96 obras, aplicando US$ 32,8 bilhões em 17 mil quilômetros de estradas construídas ou melhoradas, 820 pontes, 35 mil unidades residenciais e 1,39 mil quilômetros de túneis ou canais.