O mercado livre de energia elétrica tem preços menores do que os cobrados pelas distribuidoras, que reinam absolutas no chamado "mercado cativo". O problema é que o menor custo da eletricidade ainda não é acessível a todos: para contratar, é preciso garantir demanda mínima de 500 quilowatts (kW), equivalente a uma conta mensal de R$ 140 mil.
Para remover o obstáculo de acesso, o restaurante Pouso Novo e o posto de combustíveis Alles Blau, ambos de Igrejinha, no Vale do Paranhana, resolveram se unir. Em 12 meses, economizaram R$ 110 mil.
A modalidade que permitiu a troca do mercado cativo para o livre se chama "comunhão de fato". O mecanismo permite que empreendimentos diferentes somem as demandas de energia para contratar abastecimento.
Segundo a Perfil Energia, consultoria especializada nesse tipo de serviço que auxiliou as empresas contratantes, a alternativa ainda é pouco conhecida, mas vem ganhando força. Os empreendimentos ficam no complexo Alles Blau. Mesmo com a contratação conjunta, o consumo de cada estabelecimento é detalhado individualmente. O restaurante economizou R$ 66,6 mil e o posto deixou de gastar R$ 43,1 mil.
A partir dessa experiência, os administradores do complexo vão abrir uma nova atração que também entrará no regime de comunhão de fato: um parque de diversões. A inauguração está prevista para 2023.
Como funciona o mercado livre de energia
Criado há 24 anos, o mercado livre de energia permite que o consumidor escolha seu fornecedor e negocie parâmetros como volume, tipo de energia e preço. Segundo dados da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), o Brasil tem cerca de mil clientes livres, como indústrias, centros comerciais, shoppings e hospitais. Em número, representa apenas 0,03% dos 89 milhões de consumidores brasileiros de energia.
* Colaborou Camila Silva
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