O Brasil é o maior mercado de games da América Latina, com receita estimada em R$ 11 bilhões durante 2021, mais de mil estúdios e 12.440 empregos gerados. E o Rio Grande do Sul está no pódio do ranking nacional como terceiro Estado com maior número de estúdios desenvolvedores de jogos eletrônicos no pais.
Conforme o Relatório da Indústria Brasileira de Games 2022, iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames), São Paulo tem cerca de 200 empresas, Rio de Janeiro, 89, Rio Grande do Sul, 58, Santa Catarina, 52, Minas Gerais, 51 e Paraná, 49.
A Aquiris, de Porto Alegre, é classificada entre as 10 principais no país. Fundada em 2007, ficou conhecida pelos títulos Wonderbox: The Adventure Maker, pela franquia Horizon Chase e Looney Tunes: World of Mayhem. Tem cerca de uma centena de profissionais que desenvolvem projetos próprios e em parceria. Como a coluna havia relatado, a Aquiris já criou games para Apple, Cartoon Network, além de títulos originais.
O objetivo do relatório é fortalecer o setor de games para melhorar a estratégias de expansão internacional. Atualmente, cerca de 140 empresas estão ligadas ao projeto setorial Brazil Games, que existe desde 2014 por meio de convênio entre ApexBrasil e Abragames. A iniciativa inclui missões de internacionalização. Incentivado pelo projeto, o segmento alcançou exportação recorde de US$ 53 milhões e faturou US$ 2,18 bilhões com o mercado de jogos eletrônicos em 2020.
— É a primeira vez que se lança algo assim, um estudo que mapeia esse mercado. A pesquisa também é uma ação de expansão, na medida em que nos permite ter visão acurada das indústrias e de suas tendências — explica a diretora de operações da Abragames e gerente do projeto Brazil Games, Eliana Russi.
O relatório mapeou 1.009 estúdios que desenvolvem jogos digitais no Brasil. Entre 2014 e 2018, esse número cresceu 167%. Entre 2018 e 2022, estima que o crescimento tenha sido de 152%. Aponta forte tendência de crescimento de desenvolvimento de narrativas para o metaverso e criação de realidades virtuais, que têm uso crescente em shows, desfiles de moda e interação com marcas. Por isso, é um mercado em alta para contratações: em 2014, a média era de 8,5 trabalhadores por desenvolvedora, em 2018 subiu para 11,1 em 2018 e para 14 em 2022.
O estudo aponta, ainda, diversidade na força de trabalho em 57% das empresas, com equipes compostas por pessoas pretas, indígenas, com deficiência, neurodiversas, estrangeiras, refugiadas, pessoas trans e com mais de 50 anos. Mesmo assim, os homens ainda são maioria: 68,7%. O número de mulheres cresceu: 15% em 2014, 20% em 2018 e 29,8% em 2022.
* Colaborou Mathias Boni