Com a morte de Ruy Scomazzon, que formalmente integrava o conselho de administração da Tramontina, outra metade da gigante gaúcha fica órfã. A família tem 50% do império formado por fábricas de panelas, utensílios de cozinha e, mais recentemente, porcelana.
Em uma empresa internacionalmente conhecida pelo sobrenome da outra família de sócios, Scomazzon fazia parte da metade que prefere a discrição das decisões internas aos holofotes da representação externa.
Em abril de 2021, como a coluna registrou, Clovis Tramontina anunciou discretamente, em uma entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, que iria se aposentar. Na época, já estava definido que o sucessor seria um Scomazzon. Só mais tarde foi confirmado o nome de Eduardo, filho de Ruy, para a presidência do conselho.
Ao "seu Ruy", como se referia ao sócio com a deferência do respeito familiar, Clovis atribuía a decisão de começar a exportar, ainda nos anos 1960. Hoje, a empresa que tem 9 mil funcionários e 10 fábricas no Brasil vende para cerca de 120 países e tem unidades em locais tão longínquos como Papua Nova Guiné. Ruy Scomazzon entrou para o negócio aos 21 anos, ao lado de Ivo Tramontina, pai de Clovis. Na época, era uma pequena fábrica com 16 empregados.