Depois de despencar quase 5% na véspera, a cotação do petróleo tipo brent está praticamente estável nesta quinta-feira (8). A discreta alta de 0,9% deixa o barril abaixo de US$ 90, o que não ocorria desde o início da guerra na Ucrânia.
Com isso, a nova estimativa da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) segue atualizada: o preço no Brasil está 12% acima da referência internacional prevista pela política de preços da Petrobras. No caso do diesel, porém, não há alteração: segue apenas 2% "mais caro".
Havia expectativa de novo anúncio de redução no preço, ao menos da gasolina, nas refinarias, para esta quinta-feira (8). Até o final da manhã, porém, a estatal não fez qualquer comunicado sobre o assunto. Esse tipo de movimento costuma ser feito pela manhã, até para dar tempo para adequação, já que normalmente entra em vigor no dia seguinte.
O preço do petróleo vem passando por um período de forte volatilidade, com altas e baixas pronunciadas. Em agosto, a cotação do tipo brent caiu para US$ 92 na primeira quinzena, mas havia voltado a subir com a expectativa de redução na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Como o corte se limitou a 100 mil barris ao dia, cerca de 0,1% da produção global, as pressões de diminuição de demanda da desaceleração global e de novo confinamento na China pesaram mais do que as de restrição de oferta.
A política da Petrobras
Para reajustar o preço nas refinarias, a Petrobras adota um cálculo chamado Paridade de Preços de Importação, adotado em 2016, no governo Temer. A intenção é evitar que a estatal acumule prejuízo com por não repassar aumentos de produtos que compra do Exterior, tanto petróleo cru quanto derivados, como a gasolina. A fórmula inclui quatro elementos: variação internacional do barril do petróleo — com base no tipo brent, com preço definido na bolsa de Londres —, cotação do dólar em reais, custos de transporte e uma margem definida pela companhia, que funciona como um seguro contra perdas.