O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A energia solar se tornou a terceira fonte energética do Brasil, conforme estudo da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). De acordo com a entidade, desde 2012, a fonte solar já trouxe ao país mais de R$ 86,2 bilhões em novos investimentos e reduziu em 23,6 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
O setor de construção civil também tem direcionado atenções à energia renovável. A paranaense Pormade, uma das maiores indústrias de portas do Brasil, por exemplo, desde o início do ano 2000 não usa utiliza madeiras que não sejam oriundas de florestas renováveis. Toda a matéria-prima é proveniente de chapas mecanicamente processadas. Para isso, a empresa possui 520 hectares de área plantada e, agora, investe pesado na geração de energia limpa e diminuição de emissão de gases de efeito estufa.
Um estudo prévio demonstrou que a implantação inicial de apenas 2,4 mil placas já seria capaz de gerar 20% do consumo diário na unidade fabril, sendo o excedente gerado nos sábados e domingos, quando a fábrica não trabalha, diminuindo, dessa forma, a pressão sobre as usinas hidroelétricas.
Atualmente, cerca de 3,2 mil placas já foram instaladas e o objetivo é encerrar 2022 com o total de 10 mil placas fotovoltaicas em funcionamento. O investimento total é de R$ 24 milhões com foco em transformar a Pormade em uma empresa 100% sustentável até o final da década.
– As placas fotovoltaicas estarão presentes em todo complexo, abrangendo área fabril e administrativa. Nosso projeto engloba a instalação de uma usina com capacidade de geração de 5 MW – explica Claudio Zini, diretor-presidente da Pormade.
Ser uma indústria completamente digitalizada e sustentável é o foco central das ações. Para isso, a companhia segue investindo em diversas frentes, como a aquisição de uma nova linha de pintura, que permite a fabricação das portas com acabamentos amadeirados, mas sem utilizar lâminas de madeira. Além disso, há uma preocupação em evitar os processos de pintura onde a tinta é pulverizada, dando preferência para os processos de aplicação com rolos, evitando desta forma a dispersão do produto na atmosfera.
Para ampliar ainda mais o processo de transformação digital, a empresa também contratará nos próximos meses uma equipe de desenvolvimento de software com mais de 50 programadores e investirá em novos equipamentos para pintura. Com um faturamento, em 2021, de R$ 300 milhões, a projeção é encerrar o ano com um crescimento de mais de 25% nos negócios.
* Colaborou Mathias Boni