O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Ainda desconhecido de boa parte da população, o Home Equity, ou empréstimo com garantia de imóvel, vem crescendo no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que a demanda por esse tipo de crédito, que oferece juros mais baixos em troca de um imóvel quitado como garantia, cresceu 36% no último ano, na comparação com 2020, em volume de contratos emitidos.
Mas é preciso ficar alerta, pois em caso de inadimplência existe o risco da perda do imóvel. O número de parcelas em atraso até o confisco do bem para leilão varia de acordo com o banco e com os termos do contrato. A média do mercado oscila de seis meses a um ano sem pagamentos.
Com a série de altas da Selic, a taxa básica de juros do País – e que influencia no cálculo de todas as demais taxas, incluindo as de empréstimos e financiamentos – o Home Equity vem despontando como uma opção para os que possuem um imóvel quitado e precisam de dinheiro em mãos para investir em projetos pessoais, como um negócio próprio.
Somente nos seis primeiros meses deste ano, a CrediHome by Loft, empresa que lidera o mercado de originação de crédito imobiliário no Brasil, concedeu mais crédito nessa modalidade do que em todo o ano de 2021. O volume de empréstimos cedidos pela companhia via Home Equity já é o dobro do negociado no ano passado.
No Rio Grande do Sul, o volume de crédito com garantia de imóvel concedido pela empresa de janeiro a junho deste ano já é três vezes maior do que o concedido no primeiro semestre de 2021. Bruno Gama, CEO da CrediHome by Loft, explica que o Home Equity é uma das linhas de crédito mais utilizadas fora do Brasil, pois permite que uma pessoa, tendo um imóvel quitado, consiga dinheiro líquido, para utilizar como quiser, sem precisar se desfazer do seu bem.
Fique por dentro
Como funciona o empréstimo com garantia de imóvel?
O crédito com garantia imobiliária é um tipo de crédito em que o cliente dá um imóvel como garantia e, por isso, consegue taxas de juros mais baixas e prazos mais longos para pagar.
Quais as condições oferecidas nesse tipo de empréstimo?
A modalidade tem juros menores, algo em torno de 13% ao ano, em média. No rotativo do cartão de crédito, por exemplo, a taxa de juros, em média, é de 13,5% ao mês.Os prazos para pagamentos também são mais longos. Em média, os empréstimos com garantia imobiliária vão de seis a 10 anos, podendo chegar a até 30 anos.
É o mesmo que uma hipoteca?
Não. Ambos são empréstimos que têm imóvel como garantia. Mas, na hipoteca, o imóvel continua pertencendo ao tomador de crédito e, se ele não pagar, o banco precisa ir à Justiça para tomar a propriedade. Já no Home Equity, o bem fica em nome do banco enquanto a dívida estiver ativa, em uma alienação fiduciária.
Há risco de perder o imóvel?
Há risco em caso de inadimplência. O número de parcelas em atraso até o confisco do imóvel para leilão varia de acordo com o banco e com os termos do contrato. A média do mercado varia de seis meses a um ano sem pagamento. No momento da tomada do crédito, é possível contratar seguros que protegem por um período, como em casos de desemprego, por exemplo.
Como funciona o processo para conseguir um empréstimo nessa modalidade?
O processo é semelhante ao de um financiamento imobiliário. São sete etapas: checagem da documentação (RG, CPF, comprovante de renda e documentos do imóvel, entre outros); análise de crédito; avaliação do imóvel; análise jurídica; assinatura do contrato; registro do contrato em cartório; liberação do valor.
Fonte: CrediHome By Loft
* Colaborou Mathias Boni