Luiz Carlos Bohn tomou posse na segunda-feira (18) para o seu terceiro mandato na presidência do Sistema Fecomércio-RS. O empresário, que está à frente da entidade desde 2014, se diz preparado para novos desafios, e destaca a participação no debate público em pautas que envolvem a iniciativa privada e a economia de mercado.
Com será a nova missão?
Na condição de entidade, lá atrás, a ação das entidades era pulverizada no atacado, varejo e vendas. Houve então uma orientação da Confederação Nacional do Comércio que se unificasse. Foi o que aconteceu em 2000. Minha origem era o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-RS), um sindicato também bastante importante e representativo. Nessa condição, comecei no setor financeiro, quando não tínhamos sede própria e reconhecimento. Nosso desafio foram 20 anos de trabalho para dizer que, hoje, representamos efetivamente o setor terciário, de forma sindical, faz as negociações coletivas e representa juridicamente as entidades associativas. Isso é no papel e, para fora, é preciso trabalhar para sermos percebidos, e foi o que sempre procurei fazer, com dificuldades financeiras e de recursos. Perdemos a contribuição sindical (com a reforma trabalhista de 2017), mas não lamentamos isso, porque trabalhamos para ter mais resultados com menos recursos.
E para o futuro?
Agora, é preciso olhar para frente. O governo não está errado, porque temos excesso de sindicato no país, e o que se pretende é sufocar financeiramente, de maneira que desapareçam alguns, mas é preciso construir a relação entre as empresas e os trabalhadores. Sindicato patronal, só existe no Brasil. O que será feito é um movimento para fortalecer os sindicatos. Outro eixo da nova gestão será o posicionamento em pautas públicas, com demandas aos governos. A entidade não tem partido político, mas tem posição, que é a da iniciativa privada, do Estado Democrático de Direito e da economia de mercado para gerar riquezas. Então, na campanha eleitoral, apresentaremos propostas para os candidatos. Contamos, para isso, com uma plataforma digital, que pode ser opinada e permite a participação dos sindicatos e empresários. É uma ferramenta dinâmica para participar das temáticas que impactam os negócios.
Qual o principal desafio?
Estou entusiasmado para mais quatro anos, com a ajuda da nossa diretoria, em prol do empresariado e do setor terciário gaúcho. Na pandemia enfrentamos o lockdown. O “fique em casa” atrapalhou e fomos parceiros do governo (federal) em dizer que não era bom. Nunca fomos afrontosos, mas colocamos o nosso ponto de vista. Hoje ouvimos autoridades falando o que pensávamos à época, mas, sempre trabalhamos para que os estabelecimentos pudessem abrir. Para o novo momento, há dificuldades econômicas e políticas no Brasil e no mundo. Falo da inflação, que possui uma parcela importada e outra interna, mas relacionadas com a pandemia. A quebra no fornecimento regular de mercadorias e produtos gera esse conflito de preços. Agora, o governo precisa aumentar juro, mas encarece o crédito. É preciso driblar essas dificuldades e fazer com que o empresariado vença esse momento difícil.