O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Porto Alegre é a capital com maior proporção de empregos formais ligados à economia criativa no país. Os 100.685 postos nos setores da cultura, criatividade, conhecimento e inovação representam 11,9% do total dos empregos formais da cidade, percentual que coloca a capital gaúcha à frente de Florianópolis (11,7%), São Paulo (11,6%) e Rio de Janeiro (10,9%) no ranking nacional. Quando considerado o número absoluto de postos, Porto Alegre está em sexto lugar na lista.
As informações sobre a economia criativa na capital gaúcha estão presentes no estudo "Elementos para a análise da economia criativa em Porto Alegre", uma produção da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, por meio do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG), divulgada nesta quarta-feira (15/6). O material é resultado de uma parceria da SPGG com a Secretaria da Cultura (Sedac), Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), prefeitura da capital e Feevale e é consequência do debate para elaboração de um modelo para construção de indicadores que orientem a implantação de políticas públicas nos municípios do Rio Grande do Sul.
Os primeiros dados do material foram apresentados em abril, durante o 2º Circuito RS Criativo, projeto de capacitação para empreendedores criativos realizado na Casa de Cultura Mario Quintana. O estudo completo, elaborado pelo pesquisador Tarson Nuñez, da DEE/SPGG, traz novos dados relativos à movimentação financeira resultantes do conjunto de 92 atividades vinculadas a oito segmentos da economia gaúcha, que agrupa áreas como arquitetura, design e moda, TI e software, publicidade, artes visuais, audiovisual e setores ligados ao mercado editorial, pesquisa e patrimônio.
Em relação à arrecadação de impostos, por exemplo, o segmento criativo foi responsável em 2020 por R$ 264,10 milhões relativos ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), tributo de âmbito municipal. Entre os setores mais tributados, o de Publicação, editoração e mídia (R$ 83,65 milhões) liderou a lista, seguido do de Tecnologia da informação e software (R$ 65,02 milhões) e da Pesquisa, desenvolvimento e ensino superior (R$ 45,07 milhões). Quanto ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), esse de âmbito estadual, as atividades da economia criativa geraram em 2020 uma arrecadação de R$ 143 milhões.