A CPFL arrematou a CEEE-T por R$ 2,67 bilhões em julho do ano passado e, menos de um ano depois, já conseguiu distribuir R$ 1,2 bilhão em dividendos da ex-estatal.
O valor bilionário em ganhos para acionistas foi informado em comunicado oficial ao mercado (veja abaixo) e confirmado pela empresa à coluna.
Em nota, a companhia respondeu dessa forma à consulta da coluna sobre a origem dos recursos: "estes dividendos serão distribuídos pela CEEE Transmissão, empresa que foi adquirida pelo grupo CPFL Energia em 2021. Os dividendos distribuídos foram acumulados desde 2016 pela CEEE-T e estavam previstos na conta de reserva de dividendos não distribuídos, parte integrante do balanço da companhia, publicado antes do momento da privatização".
O valor é quase o mesmo previsto para investimentos no setor no Estado em cinco anos, de R$ 1,5 bilhão, para obras de expansão e melhoria da rede. A coluna não ignora a necessidade de remunerar os acionistas. Só sugeriria um plano de investimentos mais generoso, já que o negócio foi tão bom para a CPFL.
O comunicado sobre os dividendos
A Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica – CEEE - T (“Companhia”) (B3: EEEL3 e EEEL4) comunica aos seus acionistas e ao mercado que em Reunião do Conselho de Administração (RCA), realizada em 16 de maio de 2022, às 17h00, dentre outras matérias, foi aprovada a declaração de dividendos no montante de R$ 1.221.174.061,00 (um bilhão duzentos e vinte e um milhões e cento e setenta e quatro mil e sessenta e um reais), a serem imputados aos dividendos mínimos obrigatórios do exercício social de 2022, nos termos do § 2º, do artigo 204, da Lei nº 6.404/76, equivalentes a R$ 126,237755959 por ação ordinária de emissão da Companhia e a R$ 138,861364984 por ação preferencial de emissão da Companhia. O pagamento de dividendos será efetuado, até 30 de dezembro de 2022, sem a aplicação de atualização monetária ou incidência de juros entre a data de declaração e a data do efetivo pagamento. Farão jus aos dividendos os acionistas detentores de ações em 26 de maio de 2022, e a partir de 27 de maio de 2022 as ações serão negociadas “ex-dividendo” na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”). Para os acionistas com ações custodiadas no Banco Itaú, instituição responsável pela escrituração das ações da Companhia, os valores serão pagos mediante crédito em conta corrente, conforme dados dos respectivos acionistas, existentes no cadastro do Banco Itaú. Os pagamentos relativos às ações depositadas na custódia da B3 serão creditados àquela entidade e as Instituições Custodiantes se encarregarão de repassá-los aos respectivos acionistas titulares.