O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A robótica aplicada na área da saúde ganhou um novo olhar com a pandemia. Exemplo disso é um trabalho pioneiro realizado pelo grupo Phi robotics research lab, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com o Instor projetos e robótica. Coordenada pela doutora em ciência da computação, Mariana Kolberg, a iniciativa prevê a descontaminação de ambientes hospitalares por meio da utilização de robôs autônomos. O dispositivo, batizado de Jaci, usa luz ultravioleta e névoa ozonizada para prevenir e reduzir a propagação de agentes infecciosos como o coronavírus.
– A tarefa realizada pelo nosso grupo consiste em dotar os robôs de autonomia para que consigam se deslocar com eficiência a fim de emitir adequadamente luz ultravioleta em todo o ambiente para descontaminá-lo. Para isso, mantemos um controle da área desinfectada, com um mapa que mostra o que foi descontaminado e o que não foi – revela Edson Prestes, pesquisador da UFRGS e membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), organização técnico-profissional dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.
Nesses casos, explica, os robôs poderiam funcionar de forma autônoma ou controlados por um operador humano. Segundo ele, a utilização dessa tecnologia faria com que muitas vidas tivessem sido salvas nos hospitais durante os momentos mais agudos da pandemia.
Tecnologia
As pesquisas com a robótica aplicadas à saúde não param por aí. Cientistas já estudam o emprego de pílulas robóticas que, ingeridas pelos pacientes, poderiam navegar pelo corpo humano, filmando órgãos internos e áreas de interesse dos médicos, para um diagnóstico mais assertivo.
– Seria muito menos agressiva do que os exames de endoscopia e colonoscopia, por exemplo – enfatiza Prestes.
Segundo Prestes, durante os anos de pandemia, houve uma maior atenção às tecnologias aplicadas à saúde, com o desenvolvimento de novos sistemas como nas videoconferências e telemedicina, que utilizam a robótica para a realização de cirurgias ou como suporte tecnológico ao médico.
* Colaborou Camila Silva