Nesta quarta-feira (6), novas camadas de sanções internacionais à Russia foram adicionadas às já vigentes, entre as quais a proposta de proibição de compra de carvão pela União Europeia, apontada como uma "faca de dois gumes" no setor.
Os Estados Unidos proibiram novos investimentos de empresas e cidadãos americanos na Rússia, o que deve levar a mais uma debandada de empresas do país de Vladimir Putin, e bloqueou os maiores bancos russos, Sberbank (público) e Alfa Bank (privado).
Conforme a consultoria Rystad Energy, a decisão da União Europeia de banir as importações de carvão da Rússia vão afetar 70% da produção de energia térmica com base nesse mineral. A Alemanha e os países do Leste Europeu devem ser os mais afetados por preços mais altos de eletricidade.
— Essas sanções mais recentes são um faca de dois gumes. A exportação de carvão da Rússia representa cerca de 4 bilhões de euros ao ano, e não há um substituto fácil para a produção de eletricidade — afirma Carlos Torres Diaz, líder da equipe de mercado de energia elétrica da Rystad Energy.
O resultado será o aumento de preços na Europa, alerta Diaz. E como o Brasil compra de países europeus produtos mais elaborados — o que significa que usam mais energia —, a nova onda de inflação provocada pelas sanções pode aportar na nossas costas.