Nesta quinta-feira (3), o mundo financeiro acordou com um fato raro: a Meta, novo nome da dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, perdeu US$ 200 bilhões em valor de mercado — preço das ações multiplicado pela quantidade total — ainda antes da abertura da Nasdaq.
É como se morressem 200 unicórnios (empresas inovadoras que atingem valor de mercado de US$ 1 bilhão) em poucos minutos.
Algo dessa dimensão só é possível no universo que deu às big techs valores de mercado de trilhões de dólares, escala até há poucos anos só registrada em PIBs nacionais. A perda multibilionária é atribuída ao fato de o Facebook ter encarado, pela primeira vez desde sua criação, em 2004, perda de usuários ativos diários.
O dado é oficial: caiu de 1,93 bilhão, no quarto trimestre de 2020, para 1,929 bilhão no mesmo período de 2021. Logo depois da apresentação do Após divulgação do relatório, as ações da empresa caíram mais de 20%. A perda de um milhão de usuários ativos diários foi centrada na América do Norte, principal fonte de lucro da companhia com publicidade. As outras redes sociais da Meta, Instagram e WhatsApp, tiveram crescimento estável.
É importante observar que valor de mercado, em tese, é recuperável, ou seja, a Meta pode voltar ao patamar trilionário. Mas vai ser necessária uma novidade de escala comparável ao dado que parece indicar — como se especula há alguns anos — que o Facebook já não tem a mesma relevância do passado.
O resultado também ajuda a explicar a mudança de nome da companhia, anunciado no ano passado, quando os dados já eram conhecidos internamente. O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, antecipou a inflexão para o metaverso muito antes que as aplicações práticas estivessem disponíveis. Em parte, faz parte: é preciso ser o primeiro. Mas outra parte fica mais clara agora, com o que parece ser o início do declínio do Facebook.
E, ironia das ironias: a maior perda de valor de mercado da história, conforme a Bloomberg, ocorre na véspera do aniversário de 18 anos do Facebook, fundado em 4 de fevereiro de 2004.
Atualização: a queda nas ações da Meta evaporou US$ 23,6 bilhões da fortuna de Mark Zuckerberg no Índice de Bilionários Bloomberg, atualizado em tempo real. Agora com "apenas" US$ 97 bilhões, o empresário de 37 anos saiu da lista dos 10 mais ricos do mundo pela primeira vez desde julho de 2015.