Depois de duplicar o número de corporações associadas, alcançando a marca de 200 empresas em 2020, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) vai criar uma unidade no Rio Grande do Sul, que terá lançamento oficial em 26 de janeiro de 2022.
Assumiram a iniciativa aqui Eliane Davila, que atuou no setor bancário e agora está ligada à academia, e Solon Stahl, que atua no Sicredi, que já chancela o projeto.
Os dois se conectaram pelo LinkedIn, porque ambos são completaram a formação como embaixadores certificados do Capitalismo Consciente. Eliane atua em Novo Hamburgo e Solon, em Nova Petrópolis. Essa descentralização já dá o sinal das pretensões da filial gaúcha do ICCB.
Para quem não sabe do que se trata, a coluna explica: é o movimento que inspirou a grande maioria das grandes empresas a acrescentar um "propósito" à "missão". Foi lançado no livro Capitalismo Consciente: como Libertar o Espírito Heroico dos Negócios, do empresário americano John Mackey e do consultor e professor de negócios globais na Babson College (EUA), Raj Sisodia.
— Quando vi que o Solon também havia feito a certificação, pensamos em trazer o movimento para cá, não para criar o instituto, mas uma comunidade que se fortalecesse nos quatro pilares do capitalismo consciente — diz Elaine.
— É importante dizer que o instituto nasceu em São Paulo, aqui no Brasil. Não tinha objetivo de criar filiais. Depois, viram a importância de disseminar e nos instigaram a criar essa filial no Rio Grande do Sul. Nasce com área de atuação em todo o Estado, mas nosso grande sonho é que possam ser criadas várias filiais aqui dentro — completa Solon.
Os integrantes da comunidade se reúnem desde maio. Conforme Solon, até agora o movimento envolve mais pessoas físicas, mas há interesse em atrair empresas. O Sicredi já apoia, assim como a Dobra, empresa de Montenegro que produz de forma sustentável e com foco social. Solon detalha que o foco do ICCB é despertar empresários e executivos sobre os motivos pelos quais o negócio tem de ser consciente:
— No longo prazo, negócios conscientes dão mais lucro e provocam desenvolvimento sadio. Defendemos que, quanto mais lucro, melhor, mas é preciso indagar como está sendo gerado. Contempla todos os stakeholders (acionistas, clientes, fornecedores, empregados e comunidade)? É bem distribuído? Ou só concentra renda, o que pode até acabar com o ecossistema de negócios? Não falamos só em ganha-ganha, mas em 'eu ganho, você ganha e o ecossistema ganha'. Mais importante do que o lucro é a geração de prosperidade.
Eliane observa que, além de falar sobre o tema, é preciso desenvolver práticas conscientes. Acrescenta que uma das vertentes da unidade gaúcha será se aproximar do ecossistema de inovação, que já cria negócios com essa marca.
Os quatro pilares do capitalismo consciente
Propósito maior
Liderança consciente
Cultura consciente
Orientação aos stakeholders, com impacto positivo ou, ao menos, neutro