Em cinco anos, a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) vai investir R$ 300 milhões em projetos no Estado. Entre outras iniciativas, o volume robusto será investido em projetos que buscam tornar os processos de destinação final e valorização de resíduos sólidos urbanos mais sustentáveis.
Segundo a empresa, parte do investimento vem de recursos próprios e outra parte vem de financiamentos de bancos de fomento como Badesul, BRDE e BNDES.
O primeiro da série de projetos tem inauguração marcada para segunda-feira (18). É a primeira planta da divisão Biosaúde, focada na destinação de resíduos de serviço de saúde. Construída em Victor Graeff, a unidade tem capacidade de processar 10 mil quilos por dia desses resíduos. Com investimento de R$ 3 milhões, o projeto atenderá, inicialmente, ao norte do Estado.
À coluna, o superintendente técnico da empresa, Rafael Salamoni, detalhou os projetos que a empresa começou a desenhar entre o final de 2016 e 2017.
— Essa pauta começou a ser construída porque a empresa entendeu a necessidade de valorizar os resíduos e ampliar a sustentabilidade das ações e dos negócios de maneira geral — pontua.
Conforme Salamoni, o projeto da Biosaúde começou a ser desenvolvido em 2018. Nos dois anos seguintes, a empresa providenciou licenciamentos ambientais e trabalhou no projeto. As obras começaram no início deste ano.
— Optamos por investir em Victor Graeff por observar que as empresas dessa área na região, muitas vezes, precisam vencer longas distâncias — até Santa Catarina ou a região metropolitana de Porto Alegre — para fazer o descarte adequado dos resíduos. Por isso, estamos focados em atender, inicialmente, à demanda regional — detalha.
Na avaliação do presidente da CRVR, Leomyr Girondi, a expertise em valorização de resíduos do grupo e a proximidade da planta com os geradores de resíduos serão os diferenciais da marca.
— Nossas operações têm como objetivo contribuir para o desenvolvimento econômico, promovendo práticas sustentáveis e valorizando as pessoas — afirma.
Além da Biosaúde, a CRVR atua com outros cinco projetos (veja detalhes abaixo). Atualmente, a empresa, subsidiária do grupo paulista Solví, tem unidades em Porto Alegre (administração), São Leopoldo, Tramandaí, Minas do Leão, Vitor Graeff, Giruá e Santa Maria.
Conheça outros projetos
Captação de biogás para geração de energia: estão previstos mais quatro motogeradores em Victor Graeff, Santa Maria, São Leopoldo e Giruá. Os equipamentos geram energia elétrica a partir de biogás. Drenos captam o biogás gerado na decomposição de resíduos orgânicos e após uma etapa de tratamento, o material é usado para abastecer os motogeradores. Em Minas do Leão, já são gerados atualmente 7,5 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 100 mil habitantes.
Investimento: R$ 22 milhões.
Unidade de triagem para resíduos recicláveis nas unidades da empresa: segue a premissa valorizar os resíduos e aumentar a vida útil de todos os itens reaproveitáveis. A triagem separa resíduos que podem ser reciclados.
Investimento: R$ 6 milhões
Unidade de tratamento de efluentes: com tecnologia de ponta, a empresa vai receber e tratar efluentes gerados em outras plantas industriais. Segundo a empresa, o processo permite tratar o efluente e deixá-lo límpido, sem odor e pronto para ser reutilizada.
Investimento: R$ 40 milhões
Planta de biometano: uma unidade para tratar o biogás gerado em aterros sanitários vai gerar biometano, que poderá ser usado como substituto de gás natural em indústrias ou até de GNV, combustível alternativo para carros que rodam muito.
Investimento: valor não informado.
* Colaborou Camila Silva