Marta Sfredo

Marta Sfredo

A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Ataques hacker

Sete em cada 10 empresas gaúchas têm fragilidades na segurança de dados, aponta estudo 

Levantamento feito por consultoria de TI com foco em cibersegurança consultou cem empresas que atuam no Estado 

Marta Sfredo

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Combate à fraude / Divulgação
30% sabem que foram vítimas de ataque cibernético

Nos últimos meses, duas empresas que atuam no Estado (Lojas Renner e Laboratórios Weinmann) sofreram nas mãos de hackers. 

Para entender melhor o cenário que resultou nesses ataques, a Netfive, consultoria de TI com foco em segurança da informação, fez um estudo e concluiu que 70% das empresas consultadas apresentam fragilidade na área. 

Realizado em junho deste ano, o levantamento envolveu uma centena de empresas gaúchas de médio e grande porte. Ou seja, o volume significa que sete em cada 10 companhias têm pelo menos três fatores que representam riscos ao negócio. 

Segundo CEO da Netfive, Henrique Schneider, essas ameaças precisam ser monitoradas constantemente e exigem a adoção de medidas técnicas e organizacionais
que reduzam o risco a níveis aceitáveis:

— Os relatórios internacionais mostram que os ciberataques estão entre as ameaças mais preocupantes para as empresas, e trabalhar para reduzi-los é investir na manutenção do negócio.

O estudo revelou outro dado preocupante: em cada 20 empresas do Estado, uma apresenta algum tipo de vulnerabilidade com alto poder de dano e de fácil exploração. Além disso, 30% das empresas que participaram do estudo admitiram saber que já foram vítimas de ataque cibernético. 

— É possível que a organização ainda não tenha detectado ou que o ataque não tenha causado interrupção nos serviços, como, por exemplo, um vazamento de dados. Esse número, infelizmente, tende a aumentar —aponta Schneider. 

Segundo relatório do portal Information is Beautiful, que reúne informações sobre ataques de ransomware sofridos por empresas do mundo, em 2020, o número de crimes foi quatro vezes maior do que no ano anterior. Já para 2021, a tendência é que esse número dobre até dezembro. Por outro lado, o estudo apresentou dados positivos. Entre as empresas citadas, 66% fazem gestão de risco e 53% afirmaram ter plano de resposta a incidentes.  

Na quarta-feira (1º), o Panorama de Ameaças 2021 da Kaspersky, levantamento anual feito pela equipe de pesquisa e análise da empresa na América Latina, mostrou aumento de 23% dos ciberataques no Brasil nos oito primeiros meses de 2021, em relação com o mesmo período do ano anterior. Conforme os profissionais da empresa, a segurança do trabalho remoto precisa ser levada a sério, e a pirataria deve ser removida das casas e ambientes empresariais.


Falta de profissionais preocupa 

Em recente entrevista à coluna, Jeane Tsutsui , presidente do Grupo Fleury, dono do  Weinmann em Porto Alegre, afirmou que a empresa já investia em segurança da informação e, por isso, conseguiu manter sua base de dados após o ataque, com auxílio de uma consultoria especializada. Jeane citou ainda que o aprendizado do episódio foi " investir
de forma contínua em segurança da informação". 

Neste sentido, segundo o levantamento feito pela Netfive, um dos fatores que contribuiu para a vulnerabilidade da empresa é a ausência de profissionais especializados no assunto. 

— Acreditamos  que a falta de profissionais e processos entre TI e segurança da informação podem ser os fatores causadores do alto número de vulnerabilidades detectada — afirma Schneider.

Conforme dados do estudo Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação, estima-se que, até 2031, o Brasil terá 15,2 mil mil profissionais de segurança cibernética, enquanto a demanda será de 83 mil. Ou seja, uma lacuna de 81,7%. 

* Colaborou Camila Silva 


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