Agora ficou mais fácil de entender a garantia da Ultrapar, dada na semana passada, de que o prazo até o final de outubro é suficiente para fechar a compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas.
Nesta segunda-feira (16), o grupo anunciou a assinatura de contrato de venda da Oxiteno, indústria petroquímica com unidade no polo de Triunfo, para a tailandesa Indorama, que atua no mesmo segmento e está entre as maiores produtoras do mundo de PET (polietileno tereftalato), material das garrafas de refrigerante.
Em junho, assim como a Petrobras fez no caso da Refap, a Ultrapar havia informado que estava em "negociação exclusiva" com a Indorama. O negócio foi fechado por US$ 1,3 bilhão (R$ 7,2 bilhões pelo câmbio atual). Conforme informações de mercado, o valor é muito próximo da avaliação da refinaria gaúcha, em torno de R$ 7,5 bilhões. Desse total, a Ultrapar vai receber US$ 1,15 bilhão (R$ 6 bilhões) no fechamento do negócio, ou seja, estará capitalizada para concretizar a compra da Refap.
Como em todos os negócios desse tipo, ainda é necessária a autorização dos órgãos de regulação da concorrência de Brasil, Estados Unidos, México e Uruguai, onde a Oxiteno tem plantas industriais. A petroquímica produz defensivos agrícolas e matérias-primas para produção de detergentes, com 11 fábricas pelo mundo, além de cinco centros de pesquisa e desenvolvimento e oito escritórios comerciais na América, na Europa e na Ásia.
O grupo Ultra
É dono da rede de postos Ipiranga, que comprou em parceria com Petrobras e Braskem, em 2007. Desde o anúncio da Petrobras de que estava negociando com exclusividade a venda da Refap à Ultrapar, o grupo passou a vender suas unidades. A primeira foi a venda de farmácias Extrafarma, para a Pague Menos, depois da ConnectCar, para a Porto Seguro, e agora foi a vez da Oxiteno, para a Indorama.
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