Na noite de domingo, diante do risco de colapso no sistema de saúde, uma reunião entre o Planalto e os líderes do Congresso foi chamada para tentar destravar a aprovação de projetos, em especial o auxílio emergencial.
Na manhã desta segunda-feira (1º), o presidente Jair Bolsonaro disse que "está quase tudo certo" para a aprovação de quatro parcelas de R$ 250. A situação do Brasil exige que esse "quase" seja eliminado com urgência.
Participaram da reunião os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Saúde, Eduardo Pazuello, da Casa Civil, Braga Netto; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e os os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ). Agora, é preciso ganhar velocidade. Já havia consenso de que seria necessário renovar o benefício quando o problema era "apenas" o atraso na vacinação.
Agora, a situação se agravou. Além da imunização lenta, ainda há UTIs lotadas e, em consequência, mais medidas restritivas de circulação que impedem os informais de buscar seu sustento sem rede de proteção social. Como havia antecipado o próprio Bolsonaro, a intenção é começar a pagar em março, que já começou.
O Congresso bateu cabeça, na semana passada, com desgastes na Câmara com a atropelada "PEC da Impunidade" e no Senado com a insistência em eliminar os pisos de destinação orçamentária para saúde e educação. Não há mais tempo a perder. É preciso focar nas medidas que permitam salvar mais vidas.
Depois de uma das mais inacreditáveis bravatas presidenciais, quando Bolsonaro afirmou que o governador que "fechar seu Estado" teria de bancar o pagamento do auxílio emergencial, é preciso recuperar alguma noção de compromisso com a responsabilidade do cargo.
Seguida de provocações sobre repasses de recursos federais às unidades da federação, nada mais do que obrigação de governante, colheu reação. Já existe um protesto virtual marcado para esta segunda-feira (1°), reunindo parlamentares e economistas, cobrando solução para o auxílio emergencial. É hore de definir se o foco de Bolsonaro está em governar ou em se reeleger.