A coluna relatou o megalucro da Lojas Renner no segundo trimestre, obtido graças a uma decisão judicial bilionária, relativa à não incidência de ICMS sobre a cobrança de PIS-Cofins.
Pois essa ajuda na hora certa permitiu à rede de varejo com sede em Porto Alegre manter lucro estabilizado em R$ 1,1 bilhão mesmo com queda nas vendas de 21,4% ao longo do ano.
No quarto trimestre, embora a venda em mesmas lojas (que não conta novas unidades) ainda tenha sido 0,8% inferior à do mesmo período de 2019, a maior rede de varejo de moda do Brasil viu as compras pela internet mais do que dobrarem. Foram 123,2% maiores do que entre outubro e dezembro do ano retrasado.
– A Renner vem trabalhando intensamente para transformar em oportunidades todos os desafios da pandemia. Fizemos muito investimentos na nossa estratégia omnichannel (venda em todos os canais, do físico aos vários formatos digitais). O que estava previsto fazer em cinco anos foi realizado em um – disse à coluna Alvaro Azevedo, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa.
Segundo o executivo, a rede adotou formatos para melhorar a experiência do cliente online, como o prateleira infinita, que inclui os estoques das lojas, além dos centros de distribuição, e o "ship from store", que identifica o local mais próximo do cliente para enviar o produto. Nas lojas, a preocupação é reduzir as filas, com a possibilidade de pagar a compra física pelo aplicativo do celular.
Azevedo avalia que 2021 "ainda guarda alguma volatilidade", com o cenário mundial ainda em recuperação e o começo da vacinação no Brasil. Embora esteja "em progresso", pondera, a imunização tende a melhorar fluxo das pessoas de forma geral e ter efeito positivo na economia.
– Tenderá a ser um ano melhor, projetamos que a Renner pode ter um aumento na participação de mercado porque lojas menores abriram espaço. O online deve continuar crescendo, talvez em patamar mais estável – afirmou o executivo.
Conforme Paula Picinini, diretora de relações com investidores e internacionalização, a Renner sentiu o efeito da escassez de alguns insumos, como papelão de embalagens. Mas afirma que, graças a um "trabalho forte com os fornecedores" e uma boa organização para o final de ano, não chegou a ser um grande problema.