Depois de muita negociação, o Congresso dos Estados Unidos aprovou, na noite de segunda-feira (21) o segundo pacote de estímulos à economia para combater o impacto do coronavírus.
Previsto em US$ 900 bilhões (R$ 4,64 trilhões), corresponde a menos da metade do primeiro socorro, aprovado em março, que irrigou a economia americana com US$ 2,2 bilhões. Foi esse estímulo que permitiu às bolsas americanas, tanto a tradicional, a Nyse, quanto a tecnológica, a Nasdaq, alcançarem recordes sucessivos em plena pandemia.
Se boa parte dos recursos vai para ajuda direta a pessoas mais necessitadas, uma parcela desemboca no mercado financeiro, direta ou indiretamente. Foi aprovado horas depois que o temor sobre a mutação do coronavírus havia derrubado as bolsas na Europa e ameaça arrastar as americanas. Só a perspectiva de novos estímulos fez a Nyse sair de território negativo para a estabilidade, ainda na segunda-feira (21). O valor equivale a cerca de metade de todo o PIB do Brasil (US$ 1,8 trilhão em 2019).
Um pacote desse tamanho ajuda a combater a onda de incerteza que voltou com a variante identificada no Reino Unido. Também leva os EUA do quarto para o segundo lugar no ranking da ajuda estatal ao combate aos impactos econômicos da covid-19, só atrás do Japão. Antes, os americanos estavam em quarto lugar, atrás ainda de Canadá, Austrália. E o Brasil? Está em sexto lugar, com apoio estimado em 12% do PIB (veja tabela abaixo).
O pacote americano
Pequenas empresas: US$ 325 bilhões
Pagamentos para a população: US$ 166 bilhões
Reforço a desempregados: US$ 120 bilhões
Apoio a escolas: US$ 82 bilhões
Vacinas e testes: US$ 69 bilhões
Auxílio para aluguéis: US$ 25 bilhões
Outros: US$ 100 bilhões
Os países com maiores pacotes em relação ao PIB
Japão: 21%
Estados Unidos: 17,2%
Canadá: 16,4%
Austrália: 14%
Turquia: 12,8%
Brasil: 12%
Fonte: Statista/Elaboração da coluna