A CEEE não é a única estatal gaúcha que movimentou o mercado nesta semana, com a publicação do edital de privatização. A Corsan, que tem oferta pública de ações prevista para meados de 2021, contratou a agência de análise de risco Fitch para receber uma nota de crédito, chamada de rating no mercado de capitais.
O resultado foi alentador: a partir desta esta semana, a Corsan é uma empresa AA-. Para quem não está habituado à sopa de letras do rating, corresponde à quarta nota mais alta na pirâmide com 20 degraus.
O rating é uma forma de mostrar ao mercado a solidez de empresas, assim como a de países. Só para comparar, no momento o Brasil é BB- na escala da Fitch, cinco degraus abaixo do obtido pela Corsan. São coisas diferentes, uma é rating soberano, o outro, corporativo, mas é possível fazer esse paralelo. A Fitch descreve o patamar da nota AA- como "alta qualidade, tem baixo risco de default (calote)".
Neste mês, começou a operar a Parceira Público-Privada (PPP) coordenada pela Corsan em nove municípios da Região Metropolitana. A coluna ficou intrigada sobre o motivo da captação agora, já que a estatal só fará IPO em meados do próximo ano e ficou sabendo que agentes do mercado financeiro já receberam consultas para uma captação da Corsan no mercado de capitais.
O que se sabe é que a Corsan pretende obter cerca de R$ 300 milhões em debêntures (que são uma espécie de título de dívida privado) até o final do ano. E por que uma empresa que prepara um IPO tomaria essa providência? A empresa precisa de caixa, e suas duas fontes usuais, BNDES e Caixa Econômica Federal, estão com restrições. A expectativa é de que operação seja concluída nos próximos dias.