A semana começou com sinais de solução para a polêmica da reoneração da folha de pagamento de 17 setores. Não durou um dia.
– A última informação é de que não vai ser nesta semana – disse o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
A medida que estende até o final de 2021 a mudança na contribuição para o INSS de 20% sobre a folha para 1% a 4,5% da receita bruta foi incluída na MP 936, que permite a redução de jornada, pela Câmara dos Deputados. O presidente Jair Bolsonaro vetou, por recomendação do ministro da Economia, Paulo Guedes. A pasta diz que o custo chega a
R$ 10 bilhões, sem previsão de cobertura.
No Brasil das jabuticabas, o ministro tão obcecado pela desoneração da folha que quer impor uma nova versão da CPMF agora quer reonerar. O benefício foi concedido no governo Dilma apenas aos setores que têm grande peso de salários no custo.
Ferreira diz que os 17 setores contestam ou confirmam o cálculo do Ministério da Economia, mas afirma que só no calçadista o fim do benefício representaria aumento de custo de R$ 572 milhões:
– Vai deixar setor menos competitivo e só no primeiro ano, infelizmente, deveremos ter perda de 15 mil de empregos, que vai se somar aos 58 mil que perdemos durante a pandemia.
O empresário pondera que a pressão por uma solução aumentou porque é preciso começar a definir neste mês a formação de custos para 2021:
– É por esse motivo que urge a votação. Estava tudo encaminhado para a derrubada do veto, mas haveria uma reunião dos 17 setores com o governo que não foi confirmada – diz Ferreira.
Caso a reforma tributária seja aprovada neste ano com desoneração para todos, o que o empresário ainda considera possível, o problema se resolve.