A compra dos parques eólicos de Santa Vitória do Palmar e de Chuí, na sexta-feira (1º), por R$ 1,5 bilhão, deve assinalar a retomada de protagonismo no Estado que foi pioneiro nesse tipo de geração em grande escala.
Telmo Magadan, que comandou a implantação do Ventos do Sul, em Osório, afirma que um conjunto de circunstâncias beneficia o Estado neste momento, depois de uma temporada de "apagão" nessa área:
– O Rio Grande do Sul é a bola da vez dos investidores em energia eólica.
Um dos principais motivos desse renascimento, avalia Magadan, é a solução para o gargalo no sistema de transmissão. Desde 2016, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) impede nova geração de energia no Oeste e no Sul do Estado por restrições na conexão com a rede elétrica. No final de 2018, um leilão trouxe grandes grupos para realizar obras nesse segmento, que estão avançando em bom ritmo.
Segundo o empresário, o Nordeste ocupou mais espaço nos últimos anos porque tem bons ventos, mas também por dificuldades do Rio Grande do Sul, parte das quais estão sendo resolvidas. transmissão.
– O Estado foi o primeiro protagonista, mas perdeu essa condição, parte por erros de política pública, parte porque o Nordeste fez um bom trabalho. Mas o Rio Grande do Sul combina ventos excelentes, boa logística e importante cadeia produtiva complementar. É um conjunto que começa a nos favorecer – pondera Magadan.
Além das obras de transmissão que avançam para resolver o gargalo técnico, o que anima Magadan é a possibilidade de criação de um fundo para financiamento de energia eólica no BRDE, que ajudaria a equilibrar uma desvantagem comparativa do Estado em relação ao Nordeste, que tem crédito mais acessível graças ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
– O fator de capacidade (quanto da potência disponível é transformado efetivamente em energia) dos ventos do Nordeste é maior em algumas regiões, mas esse conjunto de condições, mais a qualidade da mão de obra e o contínuo avanço da tecnologia, tende a dar novo protagonismo do Rio Grande do Sul em energia eólica – avalia o pioneiro do segmento no Estado.