Com queda de 41,2% no lucro líquido, para R$ 2,136 bilhões, em relação ao mesmo período do ano passado, o Banco Santander abriu nesta quarta-feira (29), a temporada de balanços do fundo do poço. O segundo trimestre é considerado o ponto crítico do impacto do coronavírus na economia e, em consequência, nos resultados das empresa.
Como se trata de um banco, o mau desempenho é "apenas" um tombo forte nos ganhos, mas ja começaram a aparecer balanços tingidos de vermelho, que tendem a predominar nesta temporada. A Cielo teve prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões de abril a junho, revertendo lucro líquido de R$ 428,5 milhões apresentado um ano antes.
No caso do Santander, um dos principais motivos da redução no desempenho foi o volume de provisões para perdas com operações de crédito. O total mais do que dobrou em relação a igual trimestre de 2019 e chegou a R$ 6,534 bilhões.
Outra empresa que informou resultados nesta quarta-feira (29), a Telefônica Brasil, dona da Vivo, registrou lucro de R$ 1,11 bilhão, 21,6% menor do que no período entre abril e junho do ano passado.
Ainda nesta quarta-feira (29), depois do fechamento do mercado, devem ser informados os dados da Vale, sobre os quais há expectativas positiva, e na quinta-feira (30) será a vez da Petrobras, que deve sofrer um tombo forte no trimestre em que o petróleo teve até cotação negativa no mercado internacional.
A temporada de balanços do fundo do poço vai mexer com os humores do mercado financeiro mas também dará sinais mais claros sobre o tamanho do impacto da pandemia na economia real. Como se trata de companhias de capital aberto, que já são cobradas por resultados e têm gestores com foco total em desempenho, representam um grupo de empresas que costuma ter maior capacidade de enfrentar crises. Ao menos, as "normais".
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