A cotação eletrônica para fazer a dragagem que devolverá a normalidade de acesso ao Porto de Porto Alegre será realizada na quinta-feira (21). Desde o início de abril, há restrições para que embarcações com calado superior a 4,7 metros cheguem ao terminal. A situação foi provocada principalmente pela estiagem, combinada ao vento e à falta de manutenção há mais de uma década. As cargas mais afetadas são de insumos para fertilizantes, cevada e bobinas de aço para as indústrias da Serra, como Marcopolo e Randon.
Segundo Bruno Almeida, diretor de Portos Interiores da Superintendência dos Portos do Estado, está previsto no edital que o vencedor comece os trabalhos em até sete dias depois da assinatura do contrato, que deve ocorrer em 24 horas. A partir daí, a estimativa para a etapa que permite levantar as restrições de de 15 a 20 dias. O custo máximo é de R$ 16,6 milhões, e a empresa vencedora será a que oferecer o menor preço a partir desse valor.
– Nossa previsão é liberar a passagem em menos de um mês – estima Almeida.
A mobilização para a dragagem foi feita com urgência porque navios que antes podiam chegar até a Capital com capacidade total agora precisam encaminhar parte da carga para barcaças ou caminhões. Conforme Almeida, isso encarece o transporte em até quase R$ 1 milhão por embarcação. O polo de fertilizantes na Região Metropolitana é muito impactada. Com a retomada na produção industrial na Serra, também havia risco de afetar o custo de logística de bobinas de aço para empresas como Marcopolo e Randon, porque desde a greve dos caminhoneiros de 2018, o abastecimento havia passado a ser feito por hidrovia.
Conforme o diretor, a estiagem, agravada por efeitos climáticos, provocou o encalhe de um navio, e a operação de retirada acabou jogando mais areia no canal, o que complicou a navegação. O Canal da Feitoria fica na entrada da Lagoa dos Patos, na altura de Pelotas, e é o principal meio de acesso ao Porto de Porto Alegre.
– É um gargalo, se não passar lá, não chega aqui – detalha.