Será preciso fazer uma dragagem para devolver a normalidade ao porto de Porto Alegre, que desde o início do mês tem restrições a embarcações com calado superior a 4,7 metros. A situação é provocada principalmente pela estiagem, que reduziu o nível do Guaíba, combinada ao vento e à falta de manutenção há mais de uma década. O ponto de preocupação é o Canal da Feitoria, onde dois navios e uma barcaça já encalharam.
Conforme Fernando Estima, superintendente do Porto de Rio Grande, ao qual o terminal público da Capital é ligado, a perspectiva é de iniciar a dragagem emergencial dentro de 30 dias, porque necessita de licença ambiental. O tempo para retirar areia do leito do Guaíba vai depender de novas verificações no início da próxima semana, que devem dimensionar a quantidade de material a ser removido. Até agora, a estimativa vai de 600 mil a 1 milhão de metros cúbicos. Se for uma quantidade menor, o trabalho será mais rápido. Se for maior, exigirá tempo maior.
– Não está proibida a passagem de embarcações com mais de 4,7 metros. O que pedimos é que só passem depois de entregar documentação sobre nível da água, vento, e garantam que não vão passar duas ao mesmo tempo. Se alguma encalhar, até um rebocador retirar, é como que houvesse uma pedra caída na estrada, não permite a passagem dos demais. Aí tem de parar tudo – detalha.
Segundo Estima, na quinta-feira (16) um navio com calado de 5,2 metros carregado de cevada passou, depois de adotadas as medidas de prudência. Outra alternativa para permitir a chegada de carga a Porto Alegre por via fluvial é reduzir a carga em Rio Grande, que já está sendo colocada em prática, segundo o executivo.
Apesar de ser um problema extra em um momento no qual o Estado já tem de enfrentar a luta contra o coronavírus e a quebra da safra agrícola, Estima afirma que o problema apenas acelerou uma medida que teria de ser tomada de qualquer maneira. Como não se faz dragagem no local há mais de uma década, já não era mais possível adiar muito, avalia.