Autodenominada "ultra low cost", a argentina Flybondi começa nesta terça-feira (3) a operar sua rota Porto Alegre-Buenos Aires, que custam a partir de R$ 414, com a volta incluída. Na capital argentina, a companhia aérea usa o aeroporto El Palomar, que funcionava como base militar, detalhou à coluna o diretor comercial da empresa, o colombiano Maurício Sana. E para quem estranhou o fato de não haver retorno direto a Porto Alegre no domingo, avisa que vai ficar assim por algum tempo, porque o foco inicial está em viagens de negócios.
Em fevereiro, a companhia chegou o oferecer um trecho (só PoA-BsA ou vice-versa) por R$ 170. Como a exportação do Brasil para a Argentina está em queda, em decorrência da crise no país do tango, a coluna quis saber se haverá movimento suficiente. Conforme Sana, até agora a ocupação dos voos para o Brasil está por volta de 80% a 85%, considerada "saudável" pela empresa.
– Como oferecemos passagem entre 30% e 40% mais barata, representamos uma espécie de saída da crise econômica. Em vez de deixar de voar, passa a voar com uma low cost. É uma boa opção – pondera.
A empresa não descarta oferecer passagens nos finais de semana, desde que perceba demanda para isso. Sana observa que o fim da ligação de verão entre Buenos Aires e Florianópolis permitiu a criação da rota para Porto Alegre. A previsão para este ano, adiantou, é de aumento da frota, o que deve permitir a manutenção dos dois serviços no próximo verão. Para quem não sabe o que esperar do desembarque em El Palomar, Sana detalha:
– É o terceiro aeroporto de Buenos Aires, que nasceu como base militar e, em 2018, com a chegada da Flybondi, foi aberto a operações comerciais. No complexo urbano de Buenos Aires, é o único que oferece conexão por trem, a 150 metros de distância, que chega ao centro da Capital em 35 minutos. Mas também tem táxi, Uber, Cabify. Para as pessoas que vêm trabalhar (Sana falava de Buenos Aires, por telefone), fica muito prático.
A coluna, que conhece os trens metropolitanos da capital argentina, quis saber se houve alguma modernização do serviço. Sana admitiu que é "muito heterogêneo": circulam algumas formações novas, que têm ar-condicionado, mas também as mais antigas. O executivo também esclareceu que, nos voos de e para o Brasil, a Flybondi não vai exigir que a bagagem de mão caiba embaixo do assento da frente, como ocorre na Argentina:
– Recebemos notificação do Procon, então para o Brasil não estamos exigindo que vá sob o banco. Vamos respeitar a regra de incluir bagagem com até 10 quilos, e sabemos que, com esse peso, não cabe. Na Argentina, a regra é transporte gratuito de bagagem de até seis quilos, é uma mochila, então cabe embaixo do banco.
* Colaborou Camila Silva