Não foi só a coluna que ficou surpresa com a compra da TwoFlex pela Azul Linhas Aéreas, anunciada na terça-feira (14). Ocorre que a empresa adquirida mantinha parceira com a Gol desde 2017, como a coluna registrou. Além disso, a Azul costumava, nos bastidores, criticar o arranjo feito pela Gol, porque oferecia conexões com o interior do Estado com aeronaves menores. Chegava a alegar concorrência desleal, uma vez que as empresas desfrutavam dos mesmos incentivos fiscais.
A Azul já havia garantido a coluna que não iria "deixar ninguém na mão", ou seja, quem tivesse passagem comprada pela Gol embarcaria de qualquer forma nas aeronaves da TwoFlex, mesmo com a mudança de dono. As ligações são entre Porto Alegre e Passo Fundo, Rio Grande, Bagé, Santa Rosa, São Borja e Santana do Livramento.
Faltava ouvir a Gol, que só respondeu à consulta da coluna nesta quinta-feira (16), depois de certa insistência. Também insistiu na versão "nada muda", mas não quis dar detalhes. Confira a nota enviada pela Gol:
"A Gol Linhas Aéreas comunica que a aquisição da TwoFlex por uma congênere em nada afeta seu plano de expansão regional e o processo de democratização do acesso ao transporte aéreo no país, protagonizado pela companhia ao longo dos 19 anos de sua história. O acordo com a TwoFlex de compartilhamento de voos e compra de capacidade representou apenas 0,007% do número de assentos ofertados e 4.185 passageiros transportados em 2019, o que representa 0,012% do total de 35 milhões de Clientes atendidos pela GOL no ano."