Quando, nas próximas horas, for retirado o tapume que há meses esconde uma grande área na Avenida Carlos Gomes, será possível ver uma grande casa que já estará abrigando o Quintal Amiche, um bar e pizzaria com mesas ao ar livre e ampla área de estacionamento, com lojas no segundo andar da casa. São operações temporárias, de seis a oito meses, que preparam o espírito da cidade para um empreendimento ousado.
Tudo isso dará lugar, até meados de 2023, ao Carlos Gomes Square, complexo com duas torres corporativas de altíssimo padrão, uma residencial, com unidades entre 28 e 58 metros quadrados e um centro comercial com 44 lojas e quase 5 mil metros quadrados de área bruta locável.
A incorporadora Melnick Even chama o local de "primeiro walking mall" – blocos envidraçados de lojas intercalados com espaços verdes (veja imagem abaixo) para caminhar ou descansar – da capital gaúcha. E vai se integrar, nos fundos, com outro conjunto, formado pelo América Business, que abriga uma unidade do Mãe de Deus Center, e pelo Novotel. A operação do shopping será a mesma da torre vizinha.
Diante do espanto da coluna com a ousadia do projeto – o preço do andar é de R$ 10 milhões no pré-lançamento, quando é "mais em conta" –, o diretor da incorporadora, Juliano Melnick, acrescenta outra surpresa: já há manifestações de interesse suficientes de compradores potenciais para ocupar uma torre corporativa inteira e metade da segunda.
– Quando começamos a comentar esse projeto, disseram que estávamos loucos. Mas como ouvimos isso também quando lançamos o Maxplaza, em Canoas, e o Pontal, em Porto Alegre, acho que estamos no caminho certo.
O empresário explica, ainda, que não se trata de salas comerciais, segmento em que há superoferta e baixa demanda em Porto Alegre, mas áreas para receber sede de empresas, compradas por investidores e alugadas. As torres terão vidros com isolamento térmico, piso elevado para facilitar mudanças no cabeamento e banheiros em blocos. No hall, que terá 10 metros de pé direito (altura), o paisagismo do consagrado Alex Hanazaki vai "invadir" a área interna. Será que acabou a crise?