A exportação de automóveis fabricados no Estado para a Argentina anda em marcha a ré há seis meses consecutivos, sintoma do agravamento da crise dos vizinhos. Até maio, os números superavam os resultados de 2017. No acumulado de 2018, são US$ 393,78 milhões, queda de 17%. Foram 6,7 mil veículos a menos. Em novembro, a receita foi de apenas US$ 16 milhões, pouco mais de um quarto do mesmo mês do ano passado.
Os automóveis são hoje o principal item da pauta gaúcha para a Argentina, terceiro mais importante destino das exportações do Rio Grande do Sul, atrás da China e dos Estados Unidos. Tem ainda a importância de ser comprador de produtos de maior valor agregado. Nos automóveis, absorve três quartos do que é vendido para o Exterior. O Onix, fabricado na planta gaúcha da General Motors (GM), é um dos modelos mais populares por lá.
No início do ano, a Casa Rosada estimava que o PIB cresceria 2% este ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI), que precisou socorrer a Argentina, projeta agora queda de 2,6% na atividade. Para a inflação, é esperada alta de 40%. O presidente Mauricio Macri, que chegou ao poder entusiasmando investidores por seu receituário liberal, não conseguiu tocar as reformas prometidas. Encontrou dificuldades no Congresso. Em maio, com o fortalecimento global do dólar, sucumbiu à crise cambial. A conta do revés nas expectativas é alta.