As ações da Smiles, empresa que administra o programa de fidelidade da Gol Linhas Aéreas, caíram 38,8% nesta segunda-feira (15). O que provocou a reação drástica, que se aprofundou ao longo do dia, foi o comunicado da Gol de que não renovará o contrato com a Smiles, que perde validade em 2023. Desde que a Latam (resultado da fusão da chilena Lan com a brasileira TAM) anunciou, no início de setembro, que interromperia a parceria com a Multiplus, havia especulação sobre o destino da Smiles. A companhia aérea também anunciou que fará uma "reorganização societária" no grupo, que prevê a incorporação dos negócios atualmente sob responsabilidade da Smiles.
Executivos da Smiles negavam que a empresa teria o mesmo destino da Multiplus, atribuindo a decisão da Latam ao fato de a companhia aérea chilena, que acabou prevalecendo na união com a TAM, tinha seu próprio programa de milhagem, o Pass, do qual não abriria mão em nome do Multiplus.
Outro argumento era de que o programa concorrente não era apenas um programa de milhagem, mas um negócio mais complexo e com mais parceiros. Um dos argumentos era o fato de que o lucro líquido da Smiles estar cerca de 40% acima do obtido pela Multiplus.
A reincorporação dos programas de fidelidade começou com companhias aéreas internacionais como Air Canadá e AeroMexico. Esses programas obtêm receita basicamente com a compra de milhas por parceiros. No caso da Smiles e da Gol, o episódio mais recente havia sido a entrega de um cheque da empresa de milhagem para a companhia aérea, no valor de R$ 600 milhões, a título de antecipação de compra de lugares em voos.
E quem tem milhas?
A Latam já garantiu que os pontos dos clientes e benefícios de resgate permanecerão intactos. No comunicado da Gol, mais focado no mercado financeiro, só há menção de "melhora na oferta de produtos para passageiros da Gol e membros da Smiles, assim como para os parceiros comerciais da Smiles".