A aprovação na Justiça do acordo para a recuperação judicial da Ecovix é o primeiro passo de um longo caminho. A empresa, que é dona do Estaleiro Rio Grande, maior instalação do polo naval gaúcho, deve R$ 7,8 bilhões.
– A homologação, por si só, não resolve os problemas – admite Ricardo Ávila, diretor operacional da Ecovix.
Para avançar no plano de usar a estrutura para reparos ou fabricação de embarcações menores, a empresa precisa encontrar um investidor disposto a aplicar ao menos centenas de milhões na atividade. Até agora, segundo Ávila, a Ecovix está garantindo recursos para a manutenção da área leiloando máquinas e equipamentos menores. Até agora, foram cerca de R$ 1,5 milhão. Conforme o executivo, o maior benefício da homologação é retirar dúvidas sobre a possibilidade de a Ecovix negociar com investidores internacionais.
Até agora, houve contato com grupos representados por empresas do Estado e com asiáticos sobre a possibilidade de concluir em Rio Grande a montagem da plataforma P-71. Coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiergs, Marcus Coester, lembra que, como os editais para construção desses equipamentos agora só pedem 40% de conteúdo nacional, não há pressão para montar no Brasil. Lembra que, ao menos, há uma nova fase ascendente em relação ao interesse em exploração e produção de petróleo no Brasil, com leilões atrativos de área:
– Faz todo o sentido ter uma estrutura de reparos aqui, porque ainda tem muito equipamento brasileiro em operação. Mas não é uma saída muito simples. A produção brasileira não é competitiva, perde para Turquia, Cingapura e Malásia. Isso sem contar os campeões China e Coreia do Sul.