Uma fábrica nova em folha, ainda nem inaugurada, começou a operar em Santa Cruz do Sul. É a nova unidade da Japan Tobacco International (JTI) no Estado, fruto de investimento de R$ 80 milhões. Estava atingindo níveis recordes de produtividade, inclusive para padrões internacionais, mas vai ter de parar, a partir da próxima segunda-feira. O problema é que a empresa só tem licença para vender as marcas de cigarro Camel e Winston, importadas.
Para vender com fumo plantado e processado no Brasil, precisa de um acréscimo na licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O prazo regular seria de 30 dias, mas se passaram 70 e a licença não foi concedida. Como a fábrica estava com produção acelerada, acumulou estoque que não pode ser escoado e terá de paralisar a produção. Não tem mais lugar para colocar cigarro.
Essa operação é a primeira da JTI, de origem japonesa, no Brasil. Conforme executivos da empresa, explicar a situação para a matriz é uma dificuldade. A unidade operava com uma das linhas montadas e se preparava para colocar a segunda para funcionar. Havia expectativa de contratação de ao menos 20 pessoas, que foi suspensa até que o problema tenha uma solução. A inauguração da fábrica está marcada para 26 de setembro. A JTI espera ter o que inaugurar.
No contato com a agência, que se dá somente pelo canal Fale com a Anvisa, o retorno é de que existe uma lista de processos a avaliar, que serão analisados por ordem de chegada e não há prazo previsto para deliberar sobre o aditamento (acréscimo) da licença. Em abril, a JTI teve operação homologada pela Receita Federal.