Japan Tobacco Internacional anuncia centro de pesquisa para o tabaco

Quase dois anos após verticalizar suas operações, com a aquisição da Kannenberg e da KBH&Ca, e passar a controlar parte da produção do tabaco que utiliza, a Japan Tobacco Internacional (JTI) anunciou ontem,um investimento de R$ 10 milhões em uma unidade de pesquisa aplicada.

O Centro de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento (Adet), que deve ser concluído até o final deste ano na localidade de Cerro Alegre, em Santa Cruz, terá como meta o estudo de novas tecnologias relacionadas ao cultivo do tabaco.

A ideia do centro, de acordo com Mauro Greco, diretor de Produção Agrícola e Desenvolvimento Agronômico da JTI, é transferir conhecimento direto ao produtor com baixo custo, garantindo, assim, a sustentabilidade da pequena propriedade.

- O nosso sucesso depende do sucesso do produtor. Não existe sustentabilidade do negócio sem o sucesso social - afirmou Greco.

O centro da JTI, que deve começar as operações em novembro, servirá como base de pesquisa não só para os técnicos das unidades brasileiras, mas também para funcionários da empresa no mundo. Para isso, a estrutura contará com alojamentos, galpões, escritórios, refeitórios, vestiários, estufas, lavouras e unidades de cura.

Abrigado em uma área de 320 hectares - 70 deles de mata nativa -, o centro vai fornecer a base de conhecimento para os 120 orientadores agrícolas da empresa repassarem aos cerca de 12 mil produtores de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que atendem hoje a JTI.

Nesse processo, haverá estímulo para uma diversificação cada vez maior da produção desses pequenos agricultores. O objetivo da empresa é apresentar a eles o melhor arranjo produtivo para cada propriedade.

- Precisamos que eles entendam, primeiro, as melhores oportunidades para a sua produção e, depois, que aprendam como fazer delas um diferencial para o maior desenvolvimento de suas comunidades - destaca Flavio Goulart, gerente de Assuntos Corporativos da JTI.

Entre as técnicas que devem ser aperfeiçoadas no centro está a do fumo orgânico, que há 10 anos já é trabalhado pela JTI. Esse aperfeiçoamento se encaixa no plano da empresa de desenvolver tecnologias de produção cada vez mais limpas para o tabaco, eliminando o máximo possível o uso de fertilizantes e agroquímicos.