Ao apontar avanço de 0,4% no primeiro trimestre em relação ao intervalo de outubro a dezembro de 2017, o PIB exclui risco de volta breve à recessão técnica – dois trimestres seguidos de queda. Parece, mas não é pouco: desde que o indicador de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br - outra forma de medir o mesmo movimento do PIB - apontou recuo de 0,13% para o mesmo período, esse resultado era aguardado com suspense, especialmente depois da greve dos caminhoneiros.
Caso o PIB também viesse negativo, praticamente anteciparia um cenário de volta à recessão. Dado o tamanho do prejuízo provocado pelo desabastecimento, será difícil escapar de um resultado negativo no segundo trimestre, que inclui esse maio de pesadelo. Assim, o país acumularia dois trimestres de redução na atividade, que configura recessão técnica.
Embora o resultado do primeiro trimestre tenha ficado na margem superior das estimativas de mercado, que iam de zero a 0,5%, a alta ínfima em um período de relativa normalidade acentua a probabilidade de queda acentuada entre abril e junho. Nesse período também serão aplicadas altas de preços decorrentes tanto do período de escassez quanto das tentativas de recuperação de perdas enfrentadas no campo, na indústria, no comércio e nos serviços.
O cenário aponta para risco de retorno da economia brasileira à estagflação, que significa economia parada com preços em elevação. Com uma eleição presidencial imprevisível pela frente. O Brasil é para os fortes.