“O Brasil é um país rodoviarista que não tem rodovia. Só 12% das estradas são pavimentadas e 70% dessas estão em estado precário.” O diagnóstico é de Marcus Quintella, professor dos MBAS da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em transporte. Pondera que, mesmo com ferrovia, caminhões seriam essenciais para a distribuição até a ponta:
– O Brasil fez uma opção e não a desenvolveu. Não houve investimento nem em rodovia. A malha de 1,8 milhão de quilômetros é insuficiente em relação ao padrão internacional. Quintella observa que nem o modelo de concessões decolou. Como tem mostrado o aeroporto de Guarulhos, com serviço mantido graças à tubulação para querosene de aviação direto da refinaria, dutos seriam boa opção.
– Estamos de mãos atadas por falta de planejamento – afirma.
Como não há recursos para resolver o problema no curto prazo, Quintella só tem uma fórmula para superar a crise: negociação. E caso seja bem sucedida, recomenda que se comece agora a fazer projetos:
– Se amanhã aparecer dinheiro, só vamos começar alguma obra em dois anos, porque não tem projeto.