Desde o tombo da última segunda-feira (5), quando despencou 4,6%, a bolsa de Nova York não deu sinais claros de que se tratava apenas de problema pontual. Ao contrário: oscilou fortemente nos dias seguintes e nesta quinta-feira (8) voltou a desabar (4,15%). "Volatilidade impera nos mercados", diagnosticou Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.
Quedas dessa magnitude são consideradas "minicrash" – episódios com potencial para contagiar a economia real pelo tamanho das perdas provocadas. Mas nem o segundo episódio com essa escala faz analistas concluírem que o mercado financeiro global está de novo à beira de um ataque de nervos. Além da perda percentual acumulada, o índice Dow Jones, o mais tradicional de Nova York, perdeu nesta quinta o patamar de 24 mil pontos, o que abre maior incerteza.
Como na segunda-feira, a bolsa que serve de referência para todas as demais acentuou as perdas perto do encerramento da sessão. A bolsa brasileira fechou com baixa relativamente moderada, de 1,49%, mas encerrou as atividades antes do aprofundamento da queda em Nova York. Isso pode significar uma sessão mais tensa nesta sexta-feira (9), último dia útil antes de um período longo sem operações – não haverá pregões durante o Carnaval, só na Quarta-Feira de Cinzas.
Na segunda-feira, a leitura do primeiro "minicrash" dependia do dia seguinte. Veio um alívio, mas não foi duradouro. Apesar de sinais de dificuldades na aprovação do orçamento dos EUA, não houve fatos novos para explicar tombo do tamanho ocorrido nesta quinta. Mas a nova queda reabre a discussão sobre sua natureza, se é a correção esperada ou um estouro de bolha.