A partir do minuto seguinte à zero hora desta terça-feira (2), o aeroporto Salgado Filho tem novo controlador. A Fraport vai substituir a Infraero na operação diária do terminal. A operação é comparada à mudança de turno em sala de controle: saem os técnicos da estatal, assumem os da empresa privada alemã.
Há três meses, funcionários da Fraport estavam acompanhando a gestão da Infraero, no papel de observadores. A partir de hoje, a situação se inverte: a estatal passa a acompanhar as atividades apenas como assistente. A princípio, esse novo período de transição dura mais três meses, mas se houver necessidade pode vir a ser prorrogado.
Conforme fontes relacionadas à empresa, nos primeiros dias os usuários perceberão pouca diferença. Mas a Fraport faz questão de assinalar sua presença no Rio Grande do Sul. Ainda hoje, a empresa passa a "assinar" a sinalização visual do aeroporto com seu logotipo, até agora visível apenas em Lima na América Latina.
Se no curto prazo há preocupação em prometer pouco, é bom lembrar que a Fraport já se comprometeu com investimentos de R$ 600 milhões a partir deste ano. Em sua apresentação em Porto Alegre, Andreaa Pal, que vai administrar os terminais da capital gaúcha e de Fortaleza, ambos arrematados pela Fraport, adiantou que 90% desses recursos serão aplicados em dois anos.
A grande expectativa sobre a gestão da empresa que administra o aeroporto de Frankfurt, um hub internacional, é no médio prazo. O maior desafio dos alemães é fazer o que a cidade e o Estado esperam há cerca de uma década: ampliar a pista em 920 metros, para que alcance 3,2 quilômetros. O prazo para execução é relativamente estendido, de pouco mais de quatro anos, mas começou a contagem.
Neste caso, o interesse é tanto do Estado – com a ampliação, será possível ampliar embarques para exportação, com reflexos na arrecadação e na circulação de recursos – quanto para a Fraport – a movimentação de carga é a grande aposta de rentabilização.