”Como será o amanhã?” é indagação diária, cuja intenção é saber além do que vem em seguida. Na virada no calendário, a dúvida se dilui entre balanços e festas, mas se infiltra em abraços e brindes. Em momento de particular incerteza, no país e no mundo, a coluna convida a ver como a ficção projeta alguns cenários. Há poucos futuros não distópicos no cinema, mas todos têm aquele grão de humanidade.
Blade Runner 2049 (2017)
A obra que dá um novo salto à frente em relação à versão de 1982 acentua as projeções de um futuro sombrio, mas acaba abrindo uma via de retorno com a descoberta feita durante o filme (muito recente para incluir spoiler). E acaba se fixando na matéria-prima de toda arte: afinal, como se constroem as memórias?
A vigilante do amanhã - Ghost in the Shell (2017)
Esse filme é mais do que uma versão feminista de Robocop, mas parte do mesmo pressuposto. Depois de 2029 – daqui a só uma década –, o aperfeiçoamento do corpo humano por tecnologia é usual. A personagem tem o cérebro implantado em um corpo construído e acaba se confrontando com um hacker disposto a barrar avanços cibernéticos.