O notável desempenho da bolsa de valores no Brasil passou por uma pequena prova nesta terça-feira (19). Pela manhã, depois da divulgação da pesquisa de intenção de voto para a Presidência em 2018, o Ibovespa ensaiou um deslize. O movimento foi freado no final da tarde, e o fechamento ficou perto do zero a zero – recuo de 0,02%.
É importante entender e se preparar para movimentos como esse – e possivelmente mais acentuados – ao longo do próximo ano. Há relativo consenso entre analistas que há boas oportunidades para ganhar com o fortalecimento do mercado de capitais do Brasil. Mas é preciso conhecer hábitos e manhas dessa aplicação que ora se comporta como gangorra, ora como montanha-russa. Nesta terça, a queda que chegou a 0,91% se moderou para fechar perto da estabilidade. Pode não ser sempre assim.
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Analistas apontam surpresa com os dois primeiros colocados na pesquisa CNT/MDA, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC). Em relação ao primeiro, o motivo é a resistência ao desgaste. Quanto ao segundo, tanto a incerteza sobre o programa econômico quanto a rejeição ao que já foi esboçado. É curioso que os dois pré-candidatos representem campos opostos na política e grande convergência na economia: ambos são nacionalistas e se identificam com o Estado intervencionista e poderoso.
Para o mercado financeiro, isso equivale a kriptonita, daí o deslize. Nesta terça, quem compareceu com um possível estabilizador foi o Institute for Internacional Finance (IFF): em seu boletim de setembro sobre o Brasil, avalia que a combinação de uma economia mais forte e finanças públicas frágeis reduz o espaço para candidatos populistas.